Belo Horizonte atingiu ontem registros de 2.203 mortos pela COVID-19, dos quais 18 notificados em 24 horas. Com base no boletim epidemiológico e assistencial da prefeitura da capital (PBH) a cidade alcançou, ao todo, 85.114 diagnósticos confirmados da doença respiratória, sendo 1.565 em um único dia, enquanto 4.937 pessoas estão em acompanhamento pelas autoridades de Saúde e 77.979 se recuperaram da enfermidade. Três indicadores essenciais da pandemia recuaram, as taxas de ocupação dos leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) e de enfermaria e a velocidade de transmissão do vírus.
Ontem, de acordo com o boletim epidemiológico da prefeitura, a ocupação dos leitos de UTI para pacientes com a virose caiu de 86% para 80%. No caso dos equipamentos do Sistema Único de Saúde (SUS), está em 80,2%, e na rede particular, em 79,8%. O percentual geral, portanto, diminuiu depois da alta de quase sete pontos percentuais entre o balanço do último dia 22 e a segunda-feira, mas permanece acima dos 70%, portanto na zona considerada crítica da escala de risco desse indicador.
A situação dos leitos de enfermaria também revelou queda no balanço de ontem de 64,1% para 62,5%, embora ainda continue no estágio de alerta. O índice médio de transmissão por infectado, o chamado fator RT, recuou pelo sétimo balanço. Com isso, está em 0,97, frene a 0,98, na fase controlada da escala de risco.
No entanto, a redução dos números ainda não desperta otimismo, como informou ao Estado de Minas o infectologista Estevâo Urbano, membro do Comitê de Enfrentamento da COVID-19 em BH. Ele avalia a queda como “lenta e inconstante” – e portanto frágil para sustentar a reabertura do comércio da capital nos próximos 10 dias.
“Todos nós queremos abrir o comércio o mais rápido possível. Mas é impossível falar em datas, pois o vírus se comporta de maneira tão aleatória, que pode chegar no dia 4 e situação ficar muito pior do que a de hoje. Então, com essa antecedência é impossível de se prever qualquer coisa”, analisa o infectologista.
Estevão Urbano calcula que as estatísticas devem demorar ao menos mais uma quinzena para, de fato, refletir os efeitos do decreto de suspensão das atividades não essenciais, editado pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) no último dia 11. Para o médico, eventos como as festas de fim de ano; o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado em 17 de janeiro e no último domingo; além do retorno das férias afetam sensivelmente o controle da epidemia.
“Os indicadores já refletem o decreto. Não fosse por isso, a situação talvez estivesse piorando. Mas a redução é ainda tímida e pouco constante justamente por causa de algumas questões que ainda reverberam na cidade: as festas de Natal e Réveillon, o retorno das férias, o Enem, além da dificuldade de se manter o isolamento social um ano após o início da pandemia”, destacou. Não fossem esses fatores, os números, agora, talvez estivessem melhores, na visão do infectologista.
“Esse cenário torna tudo muito instável. Nos próximos dias, podemos ter tanto uma melhora, quanto uma piora das estatísticas. Resta-nos ter paciência e aguardar”, complementa. Pela segunda vez, o decreto municipal 17.523/2021 é suspenso por decisão judicial. A primeira ocorreu no último dia 18, por meio de liminar concedida pelo juiz Wauner Batista Ferreira Machado ao deputado estadual Bruno Engler (PSL). A decisão foi derrubada dois dias depois, após recurso apresentado pela PBH.
Vítimas Ainda de acordo com o relatório epidemiológico de BH por regionais, a Noroeste é aquela com maior número de mortes por COVID-19, de 295, 19 a mais a Região Nordeste. Na sequência, aparecem Oeste (267), Leste (247), Barreiro (245), Centro-Sul (235), Venda Nova (235), Pampulha (211) e Norte (192). No total, 1.212 homens perderam a vida para a virose em BH. A quantidade de mulheres mortas é de 991.
A faixa etária mais atingida pela COVID-19 são os idosos: 83,6% (1.842, ao todo). Na sequência, aparecem aqueles entre 40 e 59 anos: 14,3% (315). Houve, ainda, 45 óbitos entre 20 e 39 anos (2%) e um de menor de idade (0,1%). Além disso, 97,5% dos mortos apresentavam ao menos uma comorbidade, sendo cardiopatia, diabetes, pneumopatia e obesidade as mais comuns.
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
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O que é o coronavírus
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Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
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Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência
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