A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais culpou usuários do programa Farmácia de Minas pelas grandes filas na porta da unidade regional de Belo Horizonte, na Avenida do Contorno, nº 8.495, próximo à trincheira do cruzamento com a Avenida Raja Gabáglia.
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A reportagem fez contato com a SES-MG, que alegou que “muitas pessoas, usuários da Farmácia de Minas de Belo Horizonte, chegam antes do horário de atendimento, que começa às 7h, causando assim a fila no local”.
Disse, ainda, que “os atendimentos são feitos com hora marcada e muitos comparecem em dias que não estão agendados sendo que a entrega presencial dos medicamentos é realizada em dias e horários agendados pelo próprio usuário, no seu último atendimento”.
Relatos de usuários
O aposentado Irineu Inguimar da Silva Martins, de 76 anos, vem mensalmente à unidade do Farmácia de Minas para retirar o medicamento Topiramato, para o filho que sofre de convulsões. Ele relata que, em geral, o tempo de espera para o atendimento é de, aproximadamente, duas horas, do lado de fora da unidade, sob o sol.
“Deus me livre, aquilo ali está uma loucura! Você chega às 8h para pegar um remédio e sai às 10h. O remédio do meu filho é caro, custa R$250,00 a caixa. Preciso pegar duas caixas, porque ele toma quatro comprimidos por dia. Eles poderiam liberar remédio para durar dois ou três meses, mas não fazem isso”.
O comerciante Madson Fabrício Pimenta, 46, vai frequentemente ao local retirar medicamentos para o tio, que passou por um transplante de fígado.
“Está assim todo dia. Não muda! Tem muitos idosos na fila. Nem todo mundo tem alguém que possa pegar os remédios, como eu faço para o meu tio. A gente fica desconsolado com essa situação. Estão fechando estabelecimentos privados, mas o órgão público não dá o bom exemplo”, reclama.
Ele alega que não há fiscalização sobre o cumprimento dos protocolos de saúde para evitar a disseminação do coronavírus.
“Todos ficam vulneráveis. Sobre distanciamento, esquece. Não existe! Os funcionários são bem atenciosos. Não tenho do que reclamar. Mas a logística é falha”.
Segundo ele, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais chegou a implantar um sistema de entrega de medicamentos, que diminuiu as filas presenciais. Mas a estratégia foi extinta e as aglomerações voltaram a acontecer.
“No começo da pandemia, estavam entregando medicamentos em casa para alguns pacientes. Não era o caso do meu tio. Eu tinha que buscar, mas a fila era bem menor. Não ficava nem dez minutos. Agora você fica uma hora. Voltou a ser o que era antes da pandemia”.
Mudanças na pandemia
A Secretaria de Saúde informou que a “fila do lado externo da Farmácia ocorre devido aos procedimentos internos que estão sendo seguidos para a segurança de todos”. Segundo o órgão, antes da pandemia, os usuários do Farmácia de Minas ficavam em uma sala de espera com capacidade para 200 pessoas.
Apesar dos relatos dos usuários, a pasta também declarou que tem adotado medidas para “minimizar a possibilidade de contágio do novo coronavírus”, como “controle de entrada considerando-se a capacidade interna e o distanciamento necessário; orientações na fila sobre distanciamento; atendimento feito por profissionais com EPI adequados;
limpeza mais frequente dos espaços; incentivo à consulta de disponibilidade prévia de medicamentos pelo aplicativo MG APP ou pelo site www.cidadao.mg.gov.br e disponibilização da Declaração Autorizadora, disponível no MG APP e pelo site: www.saude.mg.gov.br, para que representantes possam retirar medicamentos nas unidades da Farmácia de Minas”.