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Estado de Minas CARGA-HORÁRIA DEFINIDA

Saiba como será o retorno às aulas na rede municipal de BH

Período letivo começa de maneira remota nesta segunda (01/02) e pode ir até 26 de dezembro, com uma semana de férias coletiva para professores no fim de julho


28/01/2021 20:04 - atualizado 28/01/2021 21:18

Escola Municipal Professor Lourenco de Oliveira, no Bairro Santa Tereza, Leste de BH: aulas voltam nesta segunda (1º/1)(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press - 10/08/2020)
Escola Municipal Professor Lourenco de Oliveira, no Bairro Santa Tereza, Leste de BH: aulas voltam nesta segunda (1º/1) (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press - 10/08/2020)

 

Depois de vários meses de suspensão, as aulas nas escolas municipais de Belo Horizonte vão retornar nesta segunda (01/02). A proposta da Secretaria Municipal de Educação é começar o ano letivo de maneira remota.

 

Conforme portaria da pasta, 2021 valerá por dois anos letivos: o passado e o atual. Os estudantes podem ter aulas até 23 de dezembro, com um período de recesso entre 11 e 16 de outubro e férias para os professores entre 26 e 30 de julho.

 

A carga-horária será de seis horas por dia e no máximo 36 horas semanais. No total, os estudantes vão precisar cumprir 800 horas para preencher os calendários de 2019 e 2020.

 

Entram nessa conta as aulas à distância, as atividades escolares não presenciais e o tempo lecionado no ano passado, antes do fechamento por causa da pandemia da COVID-19.

 

Atividades de leitura e produção de textos, reprodução de conteúdo de áudio e vídeo e interação virtual (videoconferências e chamadas de voz/vídeo) também entram na conta.

 

Em caso de entrega de atividades impressas, isso deve acontecer com uma periodicidade mínima de 15 dias para evitar riscos de proliferação do vírus.

 

A avaliação final caberá ao conselho de classe de cada escola com distribuição máxima de 100 pontos por estudante.

 

As atividades deverão ser classificadas em três níveis: concluída (satisfatória), em processo (aquelas em que o estudante precisa adequar algo) e não concluídas (alunos que não tiveram acesso aos testes ou não os entregaram)

 

As escolas deverão promover, ainda, reunião à distância com os pais para passar as orientações previstas na portaria da Secretaria de Educação.

 

Críticas

 

Para Luanna Grammont, professora da rede municipal e diretora do Sindicato dos Trabalhadores de Educação da Rede Pública de Belo Horizonte (Sind-Rede/BH), a principal dúvida paira sobre os equipamentos para permitir o ensino à distância.

 

“Não há disponibilização de aparelhos ou chips para os professores por enquanto. Até o momento a secretaria disponibilizou computadores nas escolas para uso dos professores, mas essa medida não contempla os profissionais que precisariam se deslocar de suas casas e se arriscar a entrar em contato com o vírus”, afirma.

 

De acordo com a sindicalista e professora, o ideal era que os professores recebessem uma compensação financeira. Ela destaca, ainda, os gastos que esses profissionais terão dentro de casa com energia elétrica e plano de dados de internet.

 

"Ter um computador ou notebook em casa não necessariamente significa tê-los disponíveis para o teletrabalho, uma vez que outras pessoas na casa podem também necessitar", diz.

 

Luanna Grammont lembra que muitos celulares também não têm capacidade tecnológica suficiente, até mesmo memória.

 

"É muito ruim que a prefeitura não tenha incrementado a internet pública e gratuita na cidade no último ano. Iniciamos esse ano com a perspectiva de um acesso desigual dos alunos aos conteúdos e materiais que estamos produzindo", completa.

 

Sobre o retorno às aulas presenciais, Luanna defende que isso só aconteça após a vacinação de todos os trabalhadores da educação.


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