O retorno das aulas presenciais nas escolas públicas e privadas de Belo Horizonte pode estar próximo. A secretária de Educação, Ângela Dalben, disse, nesta segunda-feira (01/02), que, se a vacinação continuar avançando no município, as portas podem ser reabertas a partir de março.
“Fevereiro estaremos preparando as escolas para que, em março, se tivermos vacinação extensa, possamos voltar presencialmente”, afirmou Ângela. “Se todo mundo continuar se cuidando, podemos abrir em março. Lembrando que permanece a necessidade dos cuidados (sanitários), o distanciamento sempre”, assegurou.
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“Fevereiro é para organizar a escola, rechear nosso mapa socioeducacional, nos organizar enquanto professores para oferecer alternativas melhores de comunicação sabendo que a pandemia ainda existe”, explicou a secretária.
A expectativa é de que a vacinação seja ampliada aos idosos e posteriormente aos profissionais de educação. “Dessa forma, o retorno mais próximo fica mais viável”, disse.
A possibilidade de um retorno presencial às aulas em março depende dos indicadores usados para controle do novo coronavírus, acompanhado pela Secretaria Municipal de Saúde.
Essa volta presencial prevê três fases. A primeira concentrará os alunos da educação infantil de 0 a 5 anos. A educação infantil em Belo Horizonte é ofertada nas escolas da rede municipal, nas creches parceiras e, também, na rede particular.
A segunda fase (com alunos de 6 a 8 anos) e a terceira fase (com as crianças de 9 a 14 anos) dependerão também dos estudos e dos índices epidemiológicos referentes ao controle da pandemia da COVID-19 no município.
Aulas remotas
Ângela Dalben lamentou ainda não poder receber os alunos presencialmente nos espaços físicos de aprendizagem e “pediu licença" para que, por enquanto, as atividades sejam feitas de forma remota.
“Nossa esperança era convidar a cidade toda para retorno às escolas, mas infelizmente não é esse momento ainda”, disse. “Enquanto isso, a escola estará nas casas das pessoas até que a vacina esteja presente no nosso braço.”
Dentre as possibilidades e estratégias de ensino, foi criado o projeto-piloto Meta Educação, que prevê o empréstimo, para os estudantes participantes, de tablets com acesso à internet. O objetivo do é melhorar a qualidade da educação de Belo Horizonte para os estudantes do ensino fundamental, incentivando novas formas de aprender e ensinar, principalmente aquelas mediadas por tecnologias digitais, mas não exclusivamente através de tecnologia digital.
Por ser um projeto-piloto, foi implantado em 73 escolas municipais, considerando aquelas com alunos do 9º ano e em ensino remoto desde setembro e cujos estudantes e professores espontaneamente têm apresentado autonomia e interesse na utilização de plataforma tecnológica digital em 2020.
Dois anos em um
Na semana passada, a pasta publicou portaria que define que os estudantes podem ter aulas até 23 de dezembro, com um período de recesso entre 11 e 16 de outubro e férias para os professores entre 26 e 30 de julho. Dessa forma, 2021 valerá por dois anos letivos: o passado e o atual.
A secretária de Educação admitiu hoje que a prefeitura não se precipitou para encontrar alternativas de estudo durante o ano passado – diferentemente da rede privada e estadual. “Estávamos no dissabor do que aconteceu durante todo o ano”, disse Ângela, remetendo ao cenário pandêmico da COVID-19.
O novo discurso, agora, é dar valor ao ensino remoto enquanto a quantidade de vacinação não for favorável à reabertura dos portões escolares. “Temos que estar preparados, não podemos permitir perder tempo com as aprendizagens dos estudantes. Não é só presencial que se faz a educação. Hoje somos muito melhores em metodologias de ensino do que éramos antes”, afirmou.
Entenda como será o retorno das aulas
- A carga horária será de seis horas por dia e no máximo 36 horas semanais. No total, os estudantes vão precisar cumprir 800 horas para preencher os calendários de 2019 e 2020.
- Entram nessa conta as aulas à distância, as atividades escolares não presenciais e o tempo lecionado no ano passado, antes do fechamento por causa da pandemia da COVID-19.
- Atividades de leitura e produção de textos, reprodução de conteúdo de áudio e vídeo e interação virtual (videoconferências e chamadas de voz/vídeo) também entram na conta.
- Em caso de entrega de atividades impressas, isso deve acontecer com uma periodicidade mínima de 15 dias para evitar riscos de proliferação do vírus.
- A avaliação final caberá ao conselho de classe de cada escola com distribuição máxima de 100 pontos por estudante.
- As atividades deverão ser classificadas em três níveis: concluída (satisfatória), em processo (aquelas em que o estudante precisa adequar algo) e não concluídas (alunos que não tiveram acesso aos testes ou não os entregaram)