Dez pessoas foram presas suspeitas de aplicar uma série de golpes por cerca de quatro anos em Minas Gerais e outros estados. A organização criminosa é especializada em fraudes bancárias, e aumentou as ações durante a pandemia por conta da circulação de dados pela internet em função do isolamento social. O crime foi desvendado durante as três etapas da Operação Clone, realizada pela Polícia Civil do estado. Os resultados foram divulgados em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira. Segundo as investigações, o grupo vinha aplicando o golpe há cerca de quatro anos e ostentavam uma vida de luxo, ostentação que podia ser vista nas redes sociais.
Na primeira fase das investigações, três pessoas foram presas em Contagem, na Grande BH. Os homens tinham 22, 28 e 32 anos. Apenas um deles não tinha antecedentes criminais. Com o trio, os investigadores apreenderam notebooks, celulares, cartões bancários em nome das vítimas, chips telefônicos e uma impressora usada para falsificações.
A partir dessas primeiras prisões, os policiais conseguiram chegar a outros três integrantes do grupo. Dois deles foram presos em Contagem, Região Metropolitana, no dia 17 de setembro. O outro investigado tinha mandado de prisão em aberto e estava foragido. Os trabalhos de busca culminaram na prisão deste, no último dia 23, em São Paulo. Na terceira fase da operação, os policiais identificaram mais quatro integrantes da organização criminosa. Eles foram presos em dezembro. Um dos suspeitos estava escondido no Rio de Janeiro.
A partir dessas primeiras prisões, os policiais conseguiram chegar a outros três integrantes do grupo. Dois deles foram presos em Contagem, Região Metropolitana, no dia 17 de setembro. O outro investigado tinha mandado de prisão em aberto e estava foragido. Os trabalhos de busca culminaram na prisão deste, no último dia 23, em São Paulo. Na terceira fase da operação, os policiais identificaram mais quatro integrantes da organização criminosa. Eles foram presos em dezembro. Um dos suspeitos estava escondido no Rio de Janeiro.
Esquema
“O modus operandi era o seguinte: alguns criminosos, que até então não haviam sido identificados, tinham contatos ilícios com pessoas que trabalham em empresas que têm cadastros de pessoas físicas, como seguradoras, financeiras, operadoras de telefonia, entre outras. Eles usavam esses contatos para angariar (os dados) dessas pessoas”, explicou o delegado Gustavo Barletta. A polícia descobriu que eles tiveram acesso a documentos originais digitalizados e recebidos de forma lícita pelas empresas, entre eles, comprovantes de residência e movimentação bancária.
“De posse dos documentos digitalizados (das vítimas), usavam programas de computador para modificar as fotos, falsificar os documentos e abrir contas em banco nos nomes das vítimas. Alguns deles já praticam o crime a bastante tempo. Com a pandemia, todos sabemos que devido ao isolamento a tramitação de dados pela internet teve aumento muito grande. Eles perceberam essa vulnerabilidade e incrementaram o golpe”, afirma o delegado.
De acordo com a investigação, eles tentavam pegar empréstimos ou resgatar valores pré-aprovados pelos bancos em nome das vítimas. Eles sacavam o dinheiro ou transferiam para as contas que queriam. Muitas vezes eles conseguiam cartões bancários físicos em nome das vítimas, que eram desbloqueados e todo valor do limite era descarregado nas máquinas de cartões pertencentes à organização, além de serem utilizados em compras pela internet e em viagens. Em vários casos, os criminosos também utilizavam os documentos adulterados para financiar veículos.
Os investigadores trabalham por vários meses nos computadores apreendidos. Na segunda fase da operação, eles identificaram mais quatro envolvidos, sendo um, de 24 anos, apontado como líder. Conforme o delegado, ele praticava esse tipo de crime há vários anos. Com autorização da Justiça, a Polícia Civil teve acesso às conversas do suspeito por mensagem. “Ele ensinava aos demais como praticar o crime, até como conversar com os bancos, porque dependendo da abordagem, eles percebem que se trata de uma ‘pessoa falsa’ e até bloqueiam. Até os termos que os criminosos tinham que usar ele ensinava, o que responder”, afirma o delegado.
Esse homem já tinha passagens por uso de drogas, estelionato e porte ilegal de armas. Ao saber da prisão dos três comparsas, ele fugiu de Contagem, onde morava, para São Paulo (SP). Nesse período, a polícia prendeu outros três envolvidos. Algum tempo depois, esse líder foi detido na capital paulista. “Ele foi preso em um flat de luxo. Estava com mais dois (integrantes) da quadrilha, no Itaim Bibi”, contou o delegado. O bairro fica em uma área nobre de São Paulo.
“Os suspeitos foram indiciados pelos crimes de estelionato, falsificação de documento público e privado e organização criminosa, podendo chegar a 20 anos de prisão”, afirma o delegado, que informa que as investigações continuarão, pois o objetivo é descobrir mais integrantes da quadrilha. Seis nomes já foram identificados, além dos 10 presos.