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Estado de Minas

Termina neste domingo aplicação dos exames do 1° Enem digital da história

Candidatos de 104 municípios brasileiros participam do segundo e último dia de provas na modalidade. No domingo (31/1) quase 70% faltaram


07/02/2021 13:45 - atualizado 07/02/2021 14:22

As ruas do bairro Coração Eucarístico estavam tranquilas para um dia de provas do Enem
As ruas do bairro Coração Eucarístico estavam tranquilas para um dia de provas do Enem (foto: Ramon Lisboa/EM-D.A. Press)
A manhã deste domingo (7/2) na porta da PUC/Minas, no Coração Eucarístico, em BH, foi tão tranquila que nem parecia que a universidade receberia candidatos para as duas últimas provas no formato digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ainda sem avaliação deste segundo momento, o Inep, na semana passada (31/1), registrou uma ausência de 68% dos inscritos em todo o país, quando utilizou os computadores pela primeira vez na história dos exames.

 

 
Portões de instituições de ensino de 104 municípios brasileiros foram abertos às 11h30. Os participantes tiveram até uma hora e 30 minutos para acessar o local de provas que começaram às 13h30. O término da aplicação será às 18h30.
 
Por um descuido, Tatiane adiou para opróximo ano o sonho de fazer pedagogia
Por um descuido, Tatiane adiou para opróximo ano o sonho de fazer pedagogia (foto: Ramon Lisboa/Em-D.A. Press)
 
 
Mas um descuido fez a servidora da educação municipal Tatiana Ramos Soares, 45 anos, adiar seu sonho de estudar Pedagogia. Ela chegou cinco minutos atrasada e não pôde entrar. A primeira reação foi de decepção, seguida das lágrimas. Mas logo se recompôs e disse que não irá desistir. "Batalhei tanto, fui tão incentivada pelas minhas colegas do ensino infantil, pela minha família, em retomar os estudos, que vou tentar tudo de novo ano que vem."
 
Tatiana se disse "arrependida" pela escolha digital das provas. "Cinco horas é muito tempo diante de um computador, sem qualquer alongamento, sem parar pra nada. Na semana passada houve muito desgaste, demorou muito para liberarem o sistema", reclamou. Ela disse que no domingo (31) chegou ao meio-dia e a prova só começou por volta de 15h.
 
"Hoje fiquei tranquila, almocei com minha família e saí de casa às 12h55 porque é pertinho", ela mora no Bairro Dom Bosco região Oeste, próximo ao local de prova. Se surpreendeu ao ver os portões fechados e resolveu conferir o cartão. "Fiz confusão, os portões fechavam às 13 e a prova é que começava 13h30", lamentou.
 
Essa primeira versão digital do exame agradou ao candidato a uma vaga em Publicidade e Propaganda, Ian Gabriel, 21 anos, que considerou "uma inovação necessária". Ele classificou como "benefício" a marcação das respostas com possibilidade de visão de toda a prova "o que dá maior controle sobre o tempo". 
 
Ian aprovou o sistema digital de provas
Ian aprovou o sistema digital de provas (foto: Ramon Lisboa/EM-D.A. Press)
 
Depois de cursar análise de sistema resolveu apostar em publicidade. "Para mim foi muito melhor me inscrever no digital, não me arrependo. A prova atrasou na semana passada, mas é normal quando há implantação de inovações tecnologócias, isso pode acontecer, mas deram mais tempo devido aos problemas de atraso." Com o propósito de conquistar uma vaga em medicina veterinária, Bárbara  Dandrea, 20 anos, considerou o exame digital "muito mais prático".
 
Mais de mil instituições fazem parte da rede de postos aplicadores do exame, que conta com estrutura de mais de 4 mil laboratórios. Neste segundo e último dia de provas, eles terão cinco horas para resolver 90 questões de ciências da natureza e suas tecnologias, e matemática e suas tecnologias.
 
Nesta edição, a inscrição foi opcional. Com isso, os participantes puderam optar entre o modelo digital, para o qual o Inep ofereceu 101.100 vagas, ou a prova em papel. Nesta primeira aplicação em computador, não há a participação dos chamados “treineiros” — inscritos da 1ª ou da 2ª série do ensino médio que realizam a prova para testar conhecimentos. Assim, apenas concluintes do ensino médio e pessoas que já concluíram essa etapa de ensino em anos anteriores realizaram as provas. Também não houve atendimento especializado nesta edição.
 
Participantes impossibilitados de apresentar documento de identificação original com foto, por motivo de extravio, perda, furto ou roubo, puderam realizar as provas mediante apresentação de boletim de ocorrência expedido por órgão policial em, no máximo, 90 dias da aplicação da prova, e submeteram-se à identificação especial, com coleta de informações pessoais, para comprovar a identidade.
 
Quem contraiu doença infecciosa pode pedir nova aplicação de provas 
 
Quem não pôde participar do segundo dia de aplicação neste domingo, em virtude do diagnóstico de COVID-19 ou de outra doença infectocontagiosa prevista no edital, teve até as 12h do sábado (6/2), para solicitar a participação na reaplicação das provas, que ocorrerá em 23 e 24 deste mês. 
 
Os inscritos que apresentarem sintomas na véspera (após as 12h) ou no dia da prova foram instruídos a não comaprecer. Para esses casos, poderão solicitar a reaplicação. Em situações como essas, o sistema para recebimento da documentação comprobatória estará aberto após o fim da aplicação do Enem Digital, entre segunda-feira (8) e 12 de fevereiro, mesmo período para pedidos de participantes que se sentiram prejudicados por incidentes logísticos durante o exame. A reaplicação ocorrerá em provas impressas, independentemente da versão em que o participante estava inscrito (impressa ou digital).
 
As primeiras provas do Enem em versão digital, aplicadas no domingo (31/1), apresentaram índice de falta de 68,1%. Foram 58.489 dos 93.079 estudantes inscritos  que não compareceram ao local de provas. Os dados são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). 
 
Conforme informações apresentadas pelo Inep, na semana passada, apenas 3.338 (33,1%) dos 8.695 inscritos em Minas Gerais fizeram as provas. Portanto, 5.357 (66,9%) faltaram. Mesmo com esses números o presidente do Inep elogiou os "ganhos pedagógico e de logística" com a prova digital. "A gente vai levar essa experiência para os outros exames que o Inep faz. A maior vantagem é do ponto de vista pedagógico: melhorarmos a forma como avaliamos nossos alunos. Fazemos questões melhores e trazendo toda riqueza do mundo digital", disse.


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