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Estado de Minas POLÊMICA

'Sem vacina, sem aula': professores fazem paralisação em Uberlândia

Pais também fizeram movimentação para não enviar filhos na volta às aulas presenciais a partir dessa segunda (8/2), contrariando a prefeitura de Uberlândia


08/02/2021 10:28 - atualizado 08/02/2021 12:31

Escolas dispensaram alunos em algumas turmas(foto: Vinícius Lemos)
Escolas dispensaram alunos em algumas turmas (foto: Vinícius Lemos)
Professores e educadores infantis de pelo menos 16 escolas do município de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, paralisaram as atividades total ou parcialmente nesta segunda-feira (8/2). Estava marcada para hoje a volta das aulas presenciais na cidade. Pais também fizeram movimentação para não enviar alunos para as salas e se concentraram em manifestação em frente ao Centro Administrativo de Uberlândia.

Nas escolas, tanto de ensino fundamental quanto de ensino infantil, em que houve a paralisação dos servidores, alunos tiveram que ser dispensados das salas e voltaram para casa durante a manhã. À tarde também há previsão que isso aconteça, visto que a paralisação engloba profissionais de ambos os turnos.



Tanto trabalhadores quanto pais que se opõem ao retorno de aulas em sala pedem que os trabalhos nas instituições de ensino só retornem após vacinação. Em comunicado, o Sindicato dos Professores Municipais (Sinpmu) diz que o pedido busca garantir a proteção a alunos, familiares e trabalhadores do setor.

“Considera-se o fato de que os municípios no entorno de Uberlândia adiaram o retorno das aulas presenciais no mês de fevereiro, devido ao contexto de agravamento da COVID-19, mesmo com medidas adotadas de restrições no comércio e outras atividades”, diz parte da nota. Há escolas ainda em reforma, o que adiou em pelos menos duas semanas o retorno das atividades nessas instituições. 

Segundo os manifestantes que se concentraram no estacionamento da Prefeitura, “as escolas não têm condições de receber alunos e professores, garantido os protocolos mínimos de segurança. As salas de aula são pequenas, sem ventilação, o município não forneceu EPI para os profissionais e, no caso da educação infantil, não há maturidade do desenvolvimento cognitivo que garanta que crianças conseguirão seguir usando máscara, em distanciamento social entre os colegas e sem tocar nos olhos e boca”.

A paralisação desta segunda-feira também tem indicativo de greve por tempo indeterminado. Uma assembleia ainda vai decidir com relação à suspensão das atividades do educadores por mais tempo. Não existia, pela manhã, a informação de que houve negociações com o poder público.

Por meio de nota, a prefeitura se manifestou a respeito da manifestação dos professores, que considera ilegal. "A Secretaria Municipal de Educação relembra que a decisão de volta às aulas foi tomada mediante análise e dicussão por parte de especialistas em saúde pública do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 e representantes de vários setores da sociedade. Informa também que está monitorando todas as escolas municipais neste primeiro dia, aprimorando a logística e garantindo a profissionais e alunos segurança e efetividade no processo de ensino/aprendizagem", cita trecho do comunicado.

A nota também deixa clara a possibilidade de descontar o dia dos educadores que participaram do protesto. "Quanto às faltas de servidores, o município está analisando a situação para tomar as providências e, se necessário, descontará o dia dos profissionais ausentes, uma vez que não há movimento de greve legalmente deflagrado."


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