Jornal Estado de Minas

OPERAÇÃO OURO DE TOLO

Preso homem suspeito de vender celular pela internet sem entregar o produto

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou nesta segunda-feira (08/02) que o homem preso durante a Operação Ouro de Tolo, na última quinta-feira (04/02) é suspeito de crimes, como estelionato, ligados a técnicas de engenharia social para a aplicação de golpes na internet utilizando dados bancários de terceiros.





Segundo a PCMG, o homem mantinha um perfil em uma rede social onde vendia diversos modelos de celulares para todo o Brasil com o preço abaixo do mercado. Dessa forma, as vítimas eram atraídas para a compra e, após a realização do pagamento, o aparelho não era entregue. Com a demora em receber o celular, os clientes entravam em contato com o suspeito através do perfil da loja, mas eram bloqueados em seguida. 
 

 
Durante as investigações, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão e prisão preventiva na casa do homem, no Morro das Pedras, Região Oeste de Belo Horizonte. Durante as buscas, foram encontrados muitos cartões de crédito, carteiras de identidade, notebooks, celulares, máquinas de cartão, HDs, além de equipamentos de informática e documentos que comprovam a prática do crime.

“Durante as investigações, descobrimos que ele (suspeito) com vários contatos dessas vítimas que tinham contas em bancos, ligava para os bancos pedindo a alteração do endereço para que ele pudesse receber esses cartões em casa e utilizar fazendo compras na internet", explicou a delegada Danielle Aguiar Carvalho, da 1ª Delegacia Especializada de Investigação de Crime Cibernético.



"Ele se passava até por mulher quando a vítima era do sexo feminino. Além dos golpes dos aparelhos, ele também praticava esse golpe com dados de clientes bancários”, informa a delegada

Segundo ela, o homem tem formação em informática e já trabalhou na área. Portanto, teve facilidade para obter dados de pessoas que possuíam contas bancárias, por meio da dark web.
 
Delegada Danielle Aguiar Carvalho, da 1ª Delegacia Especializada de Investigação de Crime Cibernético (foto: Divulgação/PCMG)

 
As investigações começaram a partir da denúncia de uma vítima. "Conseguimos iniciar a investigação e identificar o administrador do perfil. O perfil da loja é "fake" de uma loja que já existe no Mercado Livre. O homem vem de uma família estruturada e com uma condição aquisitiva muito boa. Entretanto, ele preferiu entrar para a criminalidade e já tem inclusive passagem pela polícia por uso de moeda falsa e tráfico ilícito de entorpecentes", informa a delegada.

Acredita-se que o suspeito fez mais de 100 vítimas em várias regiões do país, como Rio de Janeiro, São Paulo e estados do Nordeste, porém, apenas 15 foram identificadas. A Polícia Civil estima que o golpe tenha rendido R$ 40 mil, mas o valor deve aumentar à medida que mais vítimas surjam no decorrer das investigações.

A delegada alerta que possíveis vítimas procurem a Polícia Civil para denunciar o suspeito. “As vítimas podem procurar o Departamento Estadual de Combate à Corrupção e a Fraudes, na Avenida Francisco Sales, 780, Belo Horizonte, ou pelo telefone 181."




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