A mureta da Rua Sapucaí, na Região Leste de Belo Horizonte, estava quase deserta e sem qualquer sinal de purpurina ou batuque na tarde desta quinta-feira (11/02). O cenário é muito diferente do normal, já que em tempos anteriores à pandemia do novo coronavírus, a região estaria pronta para o início do carnaval.
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Hoje, ocorreria cortejo do tradicional bloco Bloco da Bicicletinha, que reúne milhares de foliões em um pedal acompanhado de muita música e curtição.
A Sapucaí, por sua vez, sempre foi um escolhida para os encontros do "esquenta" ou do "after", após os blocos nos dias que antecedem a festa. Nos fins de semana, era palco de grandes cortejos.
O comércio local, que já sofre com os efeitos do fechamento devido à pandemia, agora, perde a renda dos eventos carnavalescos.
"Nós entendemos, não é possível fazer um carnaval agora. É triste se deparar com a rua tão vazia sem nem mesmo um batuque para o aquecimento da festa. No ano passado, aqui já estava lotado e, nós, que abrimos um pouco antes do carnaval, com as vendas em alta", disse, Pedro Marri Ludolf, do bar Xangô.
Ele vai avaliar como vai funcionar nos próximos dias: "Só manteremos aberto se houver respeito e não haja aglomeração".
Para quem não é tão fã da folia, este é um ano para curtir ainda com mais tranquilidade o fim de semana. Florence Sommerlath, de 31 anos, é um desses exemplos.
Ao passar pelo ponto turístico nesta tarde para tomar um "ar fresco" após o trabalho, até achou bom. "Não gosto de tumulto, por isso, não sou muito fã de carnaval. Então, eu achei foi bom", disse.
O companheiro de trabalho Diego Lemos Alves Nogueira, de 30, acredita que este é um momento importante para reflexão para que, em segurança, ocorra um carnaval diferente: "Achei muito bom ver a Sapucaí vazia porque as pessoas vão ter mais tempo ainda, mesmo neste período conturbado da pandemia, para refletir e ano que vem fazer um carnaval mais civilizado, respeitando todas as crenças e todas as pessoas e mais alegre".
Em 2020, foram 347 blocos de rua fazendo cerca de 390 cortejos pelas ruas de Belo Horizonte. Mais de 70 artistas fizeram shows nos oito palcos montados pela prefeitura.
Também foi grande o número de eventos privados: 86 ao todo.
O público total de foliões que curtiram as atrações da festa na capital mineira, entre 8 de fevereiro e 1º de março, foi estimado em 4,45 milhões.
Fique em casa
Vale ressaltar que, solidária ao bem-estar coletivo, a Associação dos Blocos de Rua de Belo Horizonte (AbraBH) emitiu nota concordando, apoiando e reiterando a importância da não realização das festividades presenciais do carnaval em 2021.
O Governo de Minas Gerais teme a explosão de casos de COVID-19 após o carnaval.
O Secretário de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, alerta à população que evite aglomerações no período destinado à festa.
Portanto, que os foliões mantenham suas fantasias no baú e esperem por outra oportunidade para aglomerar com segurança.