Jornal Estado de Minas

ALÍVIO

Consórcio de Saúde reduz fila de exames e cirurgia na região de Sete Lagoas

Graças a uma parceria com o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Microrregião de Sete Lagoas (Cismisel), 470 moradores de Cachoeira da Prata, na Região Central, que aguardavam na fila para fazerem exames e cirurgias de média complexidade, poderão realizar os procedimentos a partir deste mês de fevereiro. Alguns pacientes esperavam na fila há mais de dois anos.




 
Os contemplados aguardavam por consultas com nefrologistas, dermatologistas e oftalmologistas, por exemplo. Além disso, alguns exames, como scan venoso, ecocardiograma e mapeamento de retina serão realizados pelos selecionados.

Janaína Marçal Cacheado Pardinho é extensionista rural e há 12 anos reside em Cachoeira da Prata. Com apenas 44 anos, ela desenvolveu uma catarata precoce. “O médico pediu que eu operasse o olho esquerdo com a máxima urgência, mas há mais de um ano eu venho tentando, sem sucesso. Meu plano de saúde chegou a me cobrar R$ 12 mil pela cirurgia. Agora, com o consórcio, estou bastante aliviada, pois já vou conseguir ser operada”, afirma Janaína.

Os consórcios são instrumentos que permitem a dois ou mais municípios desenvolverem ações em comum, em âmbito regional, para a prestação de serviços públicos. Na área de saúde, eles ajudam a consolidar o Sistema Único de Saúde (SUS). A prestação de serviços e a implementação de ações de forma consorciada configuram condições altamente favoráveis para que o município venha a assumir as responsabilidades pela gestão do seu sistema de saúde.





“Para o município de pequeno porte, representa a possibilidade de oferecer à sua população um atendimento de maior complexidade, retirar estas pessoas da fila de espera do SUS e promover qualidade de vida”, avalia Clecio Gonçalves da Silva, prefeito de Cachoeira da Prata.

A parceria com o consórcio proporciona, além do diagnóstico rápido, um custo mais acessível para consultas, exames e cirurgias, o que impacta menos no orçamento das pequenas cidades da região. Uma cirurgia de catarata, por exemplo, custa entre R$ 4.000 e R$ 9.000 no sistema privado de saúde. Via consórcio, o mesmo procedimento sai por R$ 642.

A consulta com médicos especialistas é outro problema para as cidades interioranas, já que a maioria nem hospital tem. Na rede particular, uma consulta com um cardiologista pode custar até R$ 350, enquanto que pelo consórcio intermunicipal é possível que o município adquira a mesma consulta por R$ 48,21.





Mais de 5.000 cirurgias na fila de espera 

O prefeito de Inhaúma, Geraldo Custodio da Silva Jr, que também preside o Cismisel, afirma que ainda há um gargalo de 5,5 mil cirurgias na região de Sete Lagoas. O consórcio representa 14 municípios e atende a uma população de 450 mil pessoas. 

“Hoje o paciente tem que esperar cerca de três anos para realizar uma cirurgia pelo SUS. Antes de fazer uma cirurgia na vesícula, por exemplo, um paciente vai ao posto de saúde pelo menos uma vez por mês para tratar dos sintomas. Ao custo de R$ 100 mensais por consulta, no ano, são R$ 1.200. Ao longo de três anos, serão R$ 3.600. O Cismisel consegue comprar uma cirurgia de vesícula por R$ 750”, ressalta o prefeito de Inhaúma.

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