O risco de uma enchente no Córrego Estiva deixou aproximadamente 70 pessoas desalojadas entre a noite de terça-feira e madrugada desta quarta no Bairro Duque de Caxias, em Betim, na Grande BH. A situação na região é acompanhada pelas autoridades de segurança desde as 21h, quando houve a suspeita de transbordamento da barragem situada em uma fazenda da região.
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Após aumento em volume de córrego, bombeiros vistoriam barragem em BetimPrefeitura de Timóteo decreta situação de emergência por causa das chuvasChuvas ligam alerta em Minas Gerais até o fim do mêsMoradores de Betim voltam a receber água em casa após represa transbordarBelo Horizonte registra chuvas acima da média para fevereiroEquipes se reúnem para discutir situação de represa em BetimÁgua invade casas em Matozinhos e moradores são retiradosPara acabar com 'lixões', SLU instala novos Pontos Limpos em Belo Horizonte“Ao percorrer o maciço da barragem, foi verificando, num primeiro momento, que o volume das águas decorrente do vazamento estava alto. Tal situação elevou o nível do Córrego Estiva, ocasionando risco de inundação de residências próximas às margens do ribeiro”, informou a Cedec, por meio de nota divulgada nesta manhã.
“Com o apoio da Polícia Militar, equipes da Defesa Civil Municipal, Estadual e Guarda Municipal realizaram a retirada preventiva de aproximadamente 70 pessoas, em cujas residências poderia haver maior risco de inundação repentina”, completou o órgão. Foi montado um abrigo temporário para a população na Escola Municipal Maria da Penha dos Santos Almeida. A Defesa Civil de Minas ainda informou que equipes e técnicos de diferentes órgãos seguem acompanhado a situação.
Em nota enviada ao Estado de Minas durante a madrugada, a Prefeitura de Betim destacou que o problema da represa da propriedade rural não tem relação com o reservatório Vargem das Flores, também conhecido como Várzea das Flores, que é de responsabilidade da Copasa.
“Segundo o Igam, o volume da represa é de 23 mil metros cúbicos. Com a vazão atual, o cenário é de redução do volume ainda nesta noite. Segundo superintendente da Defesa Civil de Betim, Walfrido Assis, as causas do transbordamento serão apuradas, porém há a possibilidade de que o volume de água da lagoa tenha aumentado devido a uma chuva na cabeceira do rio e chegado ao nível do limite, vindo a transbordar”, explicou o Município, também comunicando que não há vítimas.
Nesta manhã, a reportagem esteve na Rua Varsóvia, um dos locais que poderia ser atingido pela cheia. Por volta das 6h40, vias próximas estavam interditadas com fitas zebradas e uma viatura da Guarda Municipal fazia a segurança. Alguns moradores estavam nas ruas.
Conforme o Corpo de Bombeiros, a represa está sendo esvaziada até um nivelamento técnico nesta manhã.
Em entrevista à rádio Itatiaia, o major Eduardo Lopes, da Cedec, disse que a situação observada na represa foi diferente de um transbordamento. “Na verdade, ela teria ficado por um lapso temporal sem o sistema de drenagem funcionando. Com isso, o nível de água subiu consideravelmente, causando uma pressão nessa estrutura. Depois, acreditamos que esse sistema de drenagem voltou a funcionar, ou então poderia ter sido algum outro caminho alternativo que a água achou nessa barragem, e essa água começou a vazar novamente, inclusive elevando o nível do córrego”, afirmou.
“Descobrimos que uma adutora da Copasa que passa sobre a estrutura dessa barragem também havia se rompido. Isso pode, de alguma forma, ter sido consequência ou reflexo desse processo de erosão aqui da barragem”, disse o major.
“Descobrimos que uma adutora da Copasa que passa sobre a estrutura dessa barragem também havia se rompido. Isso pode, de alguma forma, ter sido consequência ou reflexo desse processo de erosão aqui da barragem”, disse o major.
Nesta quarta-feira, a Copasa divulgou uma nota sobre o caso e negou o rompimento da adutora. Veja abaixo:
“A Copasa informa que a represa do bairro Duque de Caxias, em Betim, é par-ticular e não está ligada ao sistema da represa Várzea das Flores. A adutora da Companhia próximo ao local não se rompeu e, por medida de segurança, já foi retirada de operação, não representando nenhum risco para a população, que já foi removida pela Prefeitura. A Copasa está avaliando os danos sofridos na sua rede de abastecimento.”