Após as manifestações em 11 escolas particulares de Belo Horizonte nessa quinta-feira (18/2), parte dos pais de alunos dos colégios se mostrou contrária ao protesto que pede a volta imediata das aulas presenciais. Com o mesmo contraponto, o Fórum das Entidades Educacionais instalou outdoors pela cidade, nesta semana, em campanha contra a reabertura das escolas sem o controle da pandemia.
Leia Mais
Pais levam coroas de flores fúnebres em escolas para exigir volta das aulasProfessores sobre protesto por reabertura de escolas em BH: 'Irresponsável'Estoque para 1ª dose de vacina deve durar quatro dias em BHNovo ato pede volta às aulas em BH: 'Sindicato das crianças são os pais'Professores protestam contra volta às aulas em BH“Não gostei da manifestação. Quando vi a convocação, já fiquei irritada. Acho que tem uma hipocrisia dos pais, porque eles falam que estão preocupados com a educação em geral, mas enquanto nossos filhos têm computador em casa, internet, os outros de escolas públicas podem não ter”, comentou.
Juliana acredita que muitos pais tenham preocupação com as escolas públicas, mas isso não fica exposto na manifestação, já que o grupo escolheu escolas particulares como locação para protestar. Ela reforçou que também quer a reabertura das escolas, desde que a proposta seja compatível com o protocolo estabelecido pela prefeitura e pelas comunidades científicas. Neste momento, ela não vê condições para retorno.
Um dos principais pontos de questionamento dos pais contrários ao protesto é a utilização das coroas de flores fúnebres: “Isso me deixou muito envergonhada, mesmo que eu não apoie a manifestação, achei essa ideia da coroa de flor uma infâmia! Levar coroas de flores fúnebres quando muitas pessoas estão morrendo mesmo, é de muito mau gosto”, diz a psicóloga.
Além disso, ela ressalta que o movimento só pede retorno imediato, mas não ‘levantou bandeira’ para vacinação prioritária dos profissionais da educação, que inclusive é um dos pontos abordados pelo Fórum das Entidades Educacionais, composto por 23 entidades e movimentos ligados à educação em Minas.
Para o Fórum, o planejamento de ações que visam o retorno presencial a qualquer custo, sem que haja vacinação e com as altas taxas de transmissão apresentadas, pode pôr a perder todos os esforços realizados até o momento. O movimento também pontua que a suspensão das aulas é uma medida que tem respaldo de órgãos internacionais de defesa da saúde.
A maneira encontrada pelo grupo para conversar com a população foi instalar outdoors pela cidade. Dez deles estão espalhados em vias de grande circulação, como as avenidas Cristiano Machado, Antônio Carlos, Amazonas, Barão Homem de Melo e Via Expressa.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.