A Polícia Civil divulgou, na manhã desta segunda-feira (22/2), o resultado da investigação da morte de um homem de 35 anos, em 7 de janeiro, no Bairro Santa Efigênia, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Na época, o suspeito do crime, um morador de rua de 22 anos, disse que atacou a vítima porque ela teria se recusado a pagar por um programa sexual. No entanto, as apurações descartaram essa versão e a polícia concluiu que houve um latrocínio – roubo seguido de morte. Após matar o homem, que trabalhava como funileiro, o suspeito levou uma carteira, um agasalho e o par de chinelos da vítima.
Inicialmente, foi dito que o crime teria sido cometido por uma travesti, o que não foi confirmado pela Polícia Civil, segundo a assessoria da instituição.
De acordo com a delegada Michelle Campos, a vítima havia acabado de lanchar em um trailer na região quando foi abordada pelo suspeito. “A equipe policial conseguiu verificar, através de imagens capturadas por câmeras nas imediações do local do fato, que houve uma intensa perseguição entre suspeito e vítima. Em dado momento da madrugada, o suspeito aborda a vítima, há uma discussão, a vítima rechaça o autor e inicia então uma perseguição, que se estendeu por várias vias do Bairro Santa Efigênia e terminou na Avenida Mem de Sá”,explicou.
O funileiro foi morto com golpes de bastão de madeira, o gargalo de uma garrafa quebrada e até pedras. Quando o homem caiu no chão, o suspeito tomou os pertences pessoais da vítima. Após tomar conhecimento do crime, a Polícia Militar (PM) encontrou o morador de rua sob uma marquise. Lá, ele alegou que matou o funileiro após ele se recusar a pagar por um programa sexual. Ele se manteve em silêncio na delegacia e, durante as investigações, a Polícia Civil constatou que a versão dele para o crime era falsa.
Ainda segundo os investigadores, testemunhas disseram que o morador de rua abordava os pedestres de forma agressiva para pedir dinheiro. Contra ele, há registros policiais por furto, receptação, ameaça a transeuntes, desacato e desobediência. Ele frequentava a região do crime havia algumas semanas.
Na coletiva, a delegada lembrou que a repercussão da versão que envolvia o programa sexual causou transtornos aos parentes da vítima. “Ele era casado há sete anos, tem uma filha criança, e a família ficou muito constrangida com a situação”, disse.
Também na coletiva, o chefe da Divisão Especializada de Investigação de Crimes Contra a Vida, do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Frederico Abelha, explicou que crimes desse tipo são de difícil esclarecimento. “Crimes patrimoniais são sempre de difícil elucidação, porque não têm uma motivação aparente. Geralmente, quando investigamos crimes de homicídio partimos da motivação. Nesse caso, como é um crime com motivação puramente patrimonial, a elucidação é um pouco mais complicada, pela ausência de vínculo entre autor e vítima”, comentou.