Um levantamento feito em 118 hospitais particulares do país e divulgado nesta quarta-feira (24/02) apontou que a rede privada registrou, nos últimos meses, um aumento no número de casos suspeitos e confirmados de COVID-19. Segundo a pesquisa da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), as taxas estavam diminuindo em junho, mas bateram recorde no mês de novembro de 2020.
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Hospitais estão entre o alerta e a saturação em 13 grandes cidades de MinasOcupação dos leitos particulares de UTI/COVID em Uberaba está quase em 100%BH chega 107.891 casos e 2.711 óbitos por COVID-19Tecnologia nacional: UFMG cria testes de COVID-19 mais baratos e rápidosCOVID-19: Prefeitura de Varginha adia volta às aulas para o dia 5 de abrilDesde junho os indicadores estavam em queda, passando por 13,9% dos pacientes atendidos nas unidades em setembro, mas bateram recorde em novembro, com 20,8% de pacientes atendidos na urgência e emergência de hospitais particulares com suspeita de COVID-19. A taxa de suspeitos e diagnósticos positivos pulou de 30,5% em outubro para 35,4% em novembro.
No mês de dezembro, os valores foram ainda maiores, com 41,2%, taxa muito próxima à registrada ao pico da pandemia, em junho (41,5%). Apesar dos altos números, a ocupação dos leitos apresentou uma queda de mais de 9 pontos percentuais, em relação à 2019, passando de 77% para 67,7% em 2020.
Segundo a pesquisa, isso aconteceu principalmente pelo adiamento das cirurgias eletivas e o medo de procurar atendimento hospitalar na pandemia. Por isso, a internação por outras doenças manteve estabilidade ou sofreu diminuição. A única taxa que aumentou, foi de doenças infecciosas, categoria que se encaixa a COVID-19.
Ao longo de 2019, das internações gerais, apenas 3% foram por doenças infecciosas. Em 2020, o número dobrou, chegando a 6,4%. Doenças nos aparelhos respiratório, digestivo, circulatório e nervoso, apresentaram diminuição.
A Anahp reforçou que apesar da pandemia, é importante que a população mantenha os cuidados com a saúde, já que o adiamento de consultas, exames e procedimentos podem causar grandes problemas, mas um diagnóstico e tratamento precoce podem ser mais efetivos.
Em BH, aumento na demanda também foi sentido
Em dezembro de 2020, a rede particular em Belo Horizonte apresentou 40% mais leitos ocupados que o SUS, o que provocou até falta de vagas para internação de pacientes com COVID-19 na cidade.
Grandes hospitais particulares da capital confirmaram o aumento na demanda e chegaram a tomar algumas medidas para assegurar o atendimento de forma adequada. Na época, a Rede Unimed, uma das maiores de BH, suspendeu as cirurgias eletivas do dia 22 de dezembro até 17 de janeiro, como medida de enfrentamento.
O boletim epidemiológico da Unimed no dia 20/12 indicava altos números de pacientes confirmados, que cresceram dois meses depois. No balanço divulgado nesta terça-feira (23/02), foram 16.306 casos a mais que dezembro.
Em nota, a Unimed afirmou que bateu recorde em atendimento nas duas primeiras semanas de janeiro: “A Unimed-BH confirma que nos últimos dois meses houve um aumento do número de casos confirmados da COVID-19 em sua rede própria e também elevação na procura da consulta on-line coronavírus, que no dia 12 de janeiro de 2021 bateu seu recorde de atendimento com 2.144 consultas on-line realizadas”.
“Confirmamos, ainda, que o maior pico de casos notificados e confirmados em sua rede própria ocorreu nas duas primeiras semanas de janeiro. Esse cenário foi agravado em função do relaxamento da população em relação às medidas de prevenção, especialmente durante o período de festividades e férias”, completou a nota.
Apesar do aumento, a rede esclareceu que todos os pacientes que necessitam de internação estão sendo atendidos: “Além dos hospitais próprios, a cooperativa conta também com uma rede de hospitais parceiros credenciados” e reforçou que o envolvimento da população com as medidas de prevenção é essencial no combate ao coronavírus.
*Estagiária sob supervisão do subeditor João Renato Faria