Jornal Estado de Minas

PROTESTO

Caminhoneiros de combustíveis fazem carreata contra ICMS do diesel em MG

 Caminhoneiros do transporte de combustíveis de Minas Gerais se reúnem em manifestação na manhã desta quinta-feira (25/2) reivindicando a redução do ICMS que incide sobre o óleo diesel.





 

 


Cerca de 200 caminhões tanques, que se concentraram nas imediações da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Grande BH, se dirigem em carreata para a Cidade Administrativa, sede do governo estadual.

 

O presidente Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (SindTaque), Irani Gomes, ressaltou que o movimento vai ocorrer de forma pacífica.

 

Os tanqueiros, como são conhecidos os membros da categoria, já haviam anunciado uma greve a partir desta quinta (25/2). Eles protestam contra a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o óleo diesel em Minas que, segundo eles, é o mais alto do Brasil. Atualmente, a alíquota do diesel é de 15%.





 

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais, (Minaspetro), afirma até então não recebeu nenhuma notícia de desabastecimento de combustível no estado.

 

ICMS em Minas Gerais

 

Na última semana, a Petrobras anunciou mais um reajuste nos preços da gasolina e do diesel. O preço médio do litro do diesel nas refinarias está em R$ 2,58, após aplicação de reajustes de R$0,34. Esta é terceira correção no óleo diesel em 2021. Com isso, o litro do combustível nos postos de BH já chega perto de R$ 4,50.

 

Até chegar ao consumidor final, ao valor dos combustíveis que saem das refinarias são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis.





 

Os tributos federais que incidem sobre a comercialização de combustíveis são a Cofins e o Pis/Pasep. Entre os tributos incidentes sobre as vendas de combustíveis, apenas um não possui competência federal, o ICMS, que é um imposto estadual e que possui diferentes alíquotas em cada ente da federação. Atualmente, a alíquota do diesel em Minas é de 15%.

 

A alteração da alíquota da ICMS requer aprovação pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O governador Romeu Zema (Novo) afirmou nessa quarta-feira (24), por meio de redes sociais, que é contra o aumento de alíquotas do imposto e que não vai propor nenhuma medida no sentido.

 

 

 

O presidente da ALMG, deputado Agostinho Patrus, também anunciou que o momento não é oportuno pra mexer no imposto.





 

 

 

Embora não haja intenção do governo de aumentar a alíquota do imposto, o Minaspetro, que representa os postos de combustíveis, argumenta que, desde agosto do ano passado, o governo estadual vem reajustando o valor cobrado do ICMS, que acompanha o preço médio do valor praticado pelas revendas de todo o estado.

 

O governo de Minas, inclusive, divulgou nesta quinta-feira um novo ato em que muda o valor do imposto a partir de 1º de março. Divulgado a cada 15 dias, o Ato Cotepe é um levantamento do Preço Médio Ponderado Final (PMPF) dos combustíveis, por Estado, para fins de tributação de ICMS. Ele pode apresentar, ou não, reajuste do preço de referência para a cobrança da tributação destes produtos. 

 

Tabela com reajuste no preço do ICMS em Minas com Ato Cotepe/PMPF nº 06/2021, divulgado nesta quinta-feira (25/02). (foto: Minaspetro/Reprodução)
 

 

O Minaspetro, que enviou uma carta ao governador Zema solicitando o congelamento por seis meses do PMPF em Minas, afirma as constantes mudanças na tributação prejudicam toda a economia do estado, tendo em vista que a predominância do modal rodoviário no transporte logístico em Minas, refletindo diretamente no preço dos alimentos, entre outros componentes básicos da economia.