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Marcus Vinicius Polignano, 64 anos, médico, professor de Medicina da UFMG, perdeu a esposa, mas também se infectou e só soube da morte após deixar a UTI
“Apesar de manter todos os cuidados recomendados, eu e minha esposa, Cláudia Maria Costa Polignano, de 59 anos, pegamos a COVID-19. No início de novembro, ela começou com sintomas leves, com uma tosse seca persistente, sem falta de ar, mas verifiquei pelo oxímetro que o nível de oxigenação dela era de 86, muito abaixo do recomendado. Decidimos imediatamente procurar o pronto-atendimento e ficamos os dois internados. Inicialmente, fui para um leito comum, e Cláudia já tinha indicação de UTI. Estávamos evoluindo bem, mas por volta do nono dia o quadro se agravou e tive também que ir para a UTI. Fomos intubados e passamos a ter um suporte básico para sobrevida, esperando a reação do organismo, uma vez que não existiam outras possibilidades. Fui traqueostomizado, sedado, tinha sondas por todos os lados, tive insuficiência renal aguda, e por vezes os médicos informaram aos meus filhos que minhas chances de sobrevida eram muito pequenas. Passei 30 dias na UTI, e disso não consigo me lembrar. Acordei e me recordo de quando já estava num leito hospitalar, com sonda nasogástrica. Não conseguia me movimentar na cama e nem sequer podia me sentar, pois não conseguia manter o peso do corpo. A primeira pergunta que fiz quando fiquei consciente foi como estava Cláudia. Aí tomei conhecimento que ela não tinha resistido. Hoje, após dois meses de reabilitação, estou recuperando os movimentos de braços e pernas, andando e aprendendo, assim como meus filhos, a conviver com a perda emocional.”
‘Meu amado pai não resistiu, mas a luta tinha de continuar’
Sandra Zannini Stehling, de 43 anos, recepcionista, perdeu o pai, de 84 anos. A mãe se recuperou, mas teve complicações e sequelas pela COVID-19
‘Fica um vazio, a sensação de que foi tudo um pesadelo’
Cintia Calu, 36 anos, psicóloga, perdeu o pai para a COVID-19 e se queixa de que, sem a oportunidade de se despedir, o sentimento é de que um dia ele vai voltar
‘O quadro foi oscilando. Em uma das pioras, ele não voltou’
Cecília de Araújo Ricardo, 29 anos, pedagoga, perdeu um amigo da família que era considerado um tio, a quem não pode sequer visitar no hospital
‘Julho foi tenebroso. Perdi mãe e pai em quinze dias’
Thiago Silame, cientista político, professor universitário, perdeu a mãe, também adoeceu de COVID-19 e só soube da morte do pai depois de deixar a UTI
“Logo no fim de 2019, soube dos primeiros casos, na China. Em 18 de março de 2020, as aulas foram suspensas, e já era o início da disseminação. O sentimento era de que enfrentaríamos algo muito grave. Para mim, o mês de julho foi tenebroso. Perdi, em um espaço de 15 dias, minha mãe e meu pai. Ela teve um AVC isquêmico em casa, não sabemos se teve a ver com a COVID-19. Foi internada, mas não resistiu. E, em meio à crise, meu pai começou a apresentar sinais gastrointestinais. Fomos a uma UPA, onde ele permaneceu por muito tempo, justo em um momento de aumento acelerado do número de casos no Brasil. Após a missa de sétimo dia de minha mãe, meu pai já apresentava sinais gripais, febre, dor no corpo. No sábado, o encontrei desmaiado no banheiro e o levei direto ao hospital. Foi internado ainda lúcido, consciente, mas foi piorando. Três dias depois, foi intubado, e com uma semana da internação, faleceu. Tinha comorbidades, foi fumante por muitos anos... Ele faleceu na madrugada de terça-feira, e na noite anterior de, segunda, eu também fui internado. Fiquei 15 dias, entrei em oxigenoterapia, uma situação limítrofe. Só soube do falecimento depois da alta, por recomendação médica.”
‘Faleceu sozinho, sem ter por perto a mim e nossos filhos’
Neyde Aparecida Pereira dos Santos, 51 anos, auxiliar administrativo, perdeu o marido, um caminhoneiro de 55, com quem teve dois filhos
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência
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