Menos de 24 horas após o anúncio da greve dos transportadores de combustível de Minas Gerais, as filas nos postos de Belo Horizonte já são assustadoras.
Cliente filma fila de carros em um posto de combustíveis na Rua Gurutuba, no Bairro Santo André, Belo Horizonte.
— Estado de Minas (@em_com) February 26, 2021
Postos de BH amanhecem lotados nesta sexta-feirahttps://t.co/z313CHN3cR pic.twitter.com/r4ETv9W5wP
O movimento foi deflagrado pelo Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (SindTanque). A categoria pede redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre o preço do óleo diesel de 15% para 12%.
Em ao menos dois postos da Avenida Cristiano Machado, frentistas e gerentes relatam que a corrida da gasolina começou antes das 6h.
No estabelecimento próximo ao Minas Shopping, às 8h30, mais de cem carros aguardavam abastecimento. Um deles é do representante comercial Robson Magalhães.
"Geralmente, abasteço às terças e quintas-feiras. Mas resolvi me adiantar. Saí mais cedo de casa para passar aqui antes de ir para o escritório", conta o freguês.
A clientela também teme que a greve provoque disparada nos preços.
"Normalmente, eu viria abatecer no sábado. Resolvir vir hoje porque, mais tarde, pode ser que eu só encontre gasolina a preços exorbitantes. Melhor garantir", diz o representante de Moda Leandro Alves.
A reportagem percorreu a Região da Pampulha de 8 às 10h. Neste período, o preço do combustível ainda não havia disparado . A gasolina variava entre R$ 5,12 e R$ 5,39 o litro. Já o álcool era vendido na região por valores entre R$ 3,59 e R$ 3,89 por litro.
As filas para o abastecimento já se refletem no trânsito da capital. A BHTrans alerta os motoristas de que há congestionamentos em diversos pontos da cidade em virtude da corrida aos postos.
As filas para o abastecimento já se refletem no trânsito da capital. A BHTrans alerta os motoristas de que há congestionamentos em diversos pontos da cidade em virtude da corrida aos postos.
11h34 %u26A0%uFE0FO trânsito está lento em vários pontos da cidade em função das filas para acesso aos postos de combustíveis. Estamos monitorando os locais para empenho de equipes.
%u2014 OficialBHTRANS (@OficialBHTRANS) February 26, 2021
Desabastecimento iminente
Sindicato que representa 4,5 mil postos mineiros, o Minaspetro informou que a greve já afeta empresas em toda a Região Metropolitana de Belo Horizonte, além daquelas situadas em outras cidades que também realizam o carregamento nas bases próximas à Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim.
De acordo com a entidade, os postos estão com dificuldade de fazer pedidos às distribuidoras e de abastecer seus caminhões próprios nas bases, já que cerca de 200 caminhões de grevistas bloqueiam o entorno da Regap.
Caso a greve permaneça nas próximas horas, avisa a Minaspetro, certamente haverá desabastecimento em grande parte dos estabelecimentos.
Entenda a greve
O SindTaque estima que 3 mil condutores aderiram ao movimento grevista. Os tanqueiros pedem que o estado reduza a alíquota do ICMS cobrada pelo estado de 15% para 12%, taxa praticada em estados como Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.
Na quinta-feira (25/2), a categoria organizou um protesto. Cerca de 200 caminhões fizeram uma carreta que partiu das imediações da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Grande BH, até a Cidade Administrativa, sede do Executivo estadual. Os tanqueiros pedem uma audiência com o governador Romeu Zema (Novo).
Na quinta-feira (25/2), a categoria organizou um protesto. Cerca de 200 caminhões fizeram uma carreta que partiu das imediações da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Grande BH, até a Cidade Administrativa, sede do Executivo estadual. Os tanqueiros pedem uma audiência com o governador Romeu Zema (Novo).
O governo de Minas argumenta que as recentes variações do combustível não são decorrentes do ICMS, mas da política de preços da Petrobrás. Por enquanto, o Executivo também descarta baixar a tarifa alegando a crise financeira enfrentada pelo estado.
"No momento, em virtude da situação financeira do estado, a Lei de Responsabilidade Fiscal exige uma compensação para aumentar receita em qualquer movimento de renúncia fiscal, o que não torna possível a redução da alíquota. A Secretaria de Fazenda esclarece ainda que o ICMS corresponde a 31% para gasolina, 16% para o etanol e 15% para o diesel, do preço total dos combustíveis", diz a nota.
Em 18 de fevereiro, a Petrobrás autorizou o quarto rejuste do ano. Desde janeiro, a gasolina acumula alta de 34,78%, enquanto o diesel está 27,72% mais caro.
Em 18 de fevereiro, a Petrobrás autorizou o quarto rejuste do ano. Desde janeiro, a gasolina acumula alta de 34,78%, enquanto o diesel está 27,72% mais caro.
Leia a nota na íntegra
“O estado reafirma seu compromisso de não promover o aumento de nenhuma alíquota de ICMS até que seja possível começar a trabalhar pela redução efetiva da carga tributária. No momento, em virtude da situação financeira do estado, a Lei de Responsabilidade Fiscal exige uma compensação para aumentar receita em qualquer movimento de renúncia fiscal, o que não torna possível a redução da alíquota.Informamos ainda que o Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF) é atualizado mensalmente levando-se em consideração os preços praticados pelos postos revendedores em todas as regiões do Estado. O resultado da pesquisa realizada pela Secretaria de Fazenda é baseado nas Notas Fiscais emitidas por 4.272 postos revendedores distribuídos em 828 municípios mineiros.
Sobre a manifestação realizada ontem na Cidade Administrativa, o Governo esclarece que esteve disponível para ouvir as demandas dos tanqueiros, mas não houve pedido de reunião por parte dos manifestantes”.