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Estado de Minas PARALISAÇÃO

Caminhoneiros em greve: postos de BH estão lotados nesta sexta-feira

Paralisação dos transportadores de combustível de Minas Gerais foi iniciada nessa quinta-feira (25/2) e reivindica redução da alíquota do ICMS


26/02/2021 09:58 - atualizado 26/02/2021 18:42

Filas de veículos em postos de abestecimentos de Belo Horizonte(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Filas de veículos em postos de abestecimentos de Belo Horizonte (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
 
Menos de 24 horas após o anúncio da greve dos transportadores de combustível de Minas Gerais, as filas nos postos de Belo Horizonte já são assustadoras. 


O movimento foi deflagrado pelo Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (SindTanque). A categoria pede redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre o preço do óleo diesel de 15% para 12%.

Em ao menos dois postos da Avenida Cristiano Machado, frentistas e gerentes relatam que a corrida da gasolina começou antes das 6h. 

No estabelecimento próximo ao Minas Shopping, às 8h30, mais de cem carros aguardavam abastecimento. Um deles é do representante comercial Robson Magalhães.
 
(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
"Geralmente, abasteço às terças e quintas-feiras. Mas resolvi me adiantar. Saí mais cedo de casa para passar aqui antes de ir para o escritório", conta o freguês. 

A clientela também teme que a greve provoque disparada nos preços

"Normalmente, eu viria abatecer no sábado. Resolvir vir hoje porque, mais tarde, pode ser que eu só encontre gasolina a preços exorbitantes. Melhor garantir", diz o representante de Moda Leandro Alves. 

A reportagem percorreu a Região da Pampulha de 8 às 10h. Neste período, o preço do combustível ainda não havia disparado . A gasolina variava entre R$ 5,12 e R$ 5,39 o litro. Já o álcool era vendido na região por valores entre  R$ 3,59 e R$ 3,89 por litro.

As filas para o abastecimento já se refletem no trânsito da capital. A BHTrans alerta os motoristas de que há congestionamentos em diversos pontos da cidade em virtude da corrida aos postos. 


Desabastecimento iminente

Sindicato que representa 4,5 mil postos mineiros, o Minaspetro informou que a greve já afeta empresas em toda a Região Metropolitana de Belo Horizonte, além daquelas situadas em outras cidades que também realizam o carregamento nas bases próximas à Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim. 

De acordo com a entidade, os postos estão com dificuldade de fazer pedidos às distribuidoras e de abastecer seus caminhões próprios nas bases, já que cerca de 200 caminhões de grevistas bloqueiam o entorno da Regap. 

Caso a greve permaneça nas próximas horas, avisa a Minaspetro, certamente haverá desabastecimento em grande parte dos estabelecimentos.  

Entenda a greve

O SindTaque estima que 3 mil condutores aderiram ao movimento grevista. Os tanqueiros pedem que o estado reduza a alíquota do ICMS cobrada pelo estado de 15% para 12%, taxa praticada em estados como Rio de Janeiro, Espírito Santo e São  Paulo. 

Na quinta-feira (25/2), a categoria organizou um protesto. Cerca de 200 caminhões fizeram uma carreta que partiu das imediações da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Grande BH, até a Cidade Administrativa, sede do Executivo estadual. Os tanqueiros pedem uma audiência com o governador Romeu Zema (Novo).

O governo de Minas argumenta que as recentes variações do combustível não são decorrentes do ICMS, mas da política de preços da Petrobrás. Por enquanto, o Executivo também descarta baixar a tarifa alegando a crise financeira enfrentada pelo estado. 

"No momento, em virtude da situação financeira do estado, a Lei de Responsabilidade Fiscal exige uma compensação para aumentar receita em qualquer movimento de renúncia fiscal, o que não torna possível a redução da alíquota. A Secretaria de Fazenda esclarece ainda que o ICMS corresponde a 31% para gasolina, 16% para o etanol e 15% para o diesel, do preço total dos combustíveis", diz a nota.

Em 18 de fevereiro, a Petrobrás autorizou o quarto rejuste do ano. Desde janeiro, a gasolina acumula alta de 34,78%, enquanto o diesel está 27,72% mais caro.

Leia a nota na íntegra

 “O estado reafirma seu compromisso de não promover o aumento de nenhuma alíquota de ICMS até que seja possível começar a trabalhar pela redução efetiva da carga tributária. No momento, em virtude da situação financeira do estado, a Lei de Responsabilidade Fiscal exige uma compensação para aumentar receita em qualquer movimento de renúncia fiscal, o que não torna possível a redução da alíquota.

Informamos ainda que o Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF) é atualizado mensalmente levando-se em consideração os preços praticados pelos postos revendedores em todas as regiões do Estado. O resultado da pesquisa realizada pela Secretaria de Fazenda é baseado nas Notas Fiscais emitidas por 4.272 postos revendedores distribuídos em 828 municípios mineiros.

Sobre a manifestação realizada ontem na Cidade Administrativa, o Governo esclarece que esteve disponível para ouvir as demandas dos tanqueiros, mas não houve pedido de reunião por parte dos manifestantes”.


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