O comunicado foi feito pelo presidente do SindTaque, Irani Gomes, que participou da reunião com dois secretários do governo estadual: de Governo, Igor Eto, e de Planejamento e Gestão, Otto Levy. A promessa feita aos tanqueiros é de que na próxima semana será marcada outra reunião para que o Executivo estadual e o sindicato sigam negociando.
“Acabamos de sair de uma reunião com o governo a qual fomos recebidos pelos secretários de Governo e de Planejamento. Mediante o compromisso do governo, a categoria resolveu suspender a greve e voltar às suas atividades”, disse Irani.
Filas
Durante toda a sexta-feira, grandes filas foram registradas em postos de Belo Horizonte. Muitos motoristas, com a notícia da greve dos tanqueiros, foram em busca de combustíveis para os seus veículos. Isso fez com que o trânsito da capital mineira registrasse congestionamentos em vários pontos da cidade.
Em ao menos dois postos da Avenida Cristiano Machado, frentistas e gerentes relataram que a corrida da gasolina começou antes das 6h. Em um estabelecimento próximo ao Minas Shopping, às 8h30, mais de cem carros aguardavam abastecimento. Um deles era do representante comercial Robson Magalhães.
“Geralmente, abasteço às terças e quintas-feiras. Mas resolvi me adiantar. Saí mais
cedo de casa para passar aqui antes de ir para o escritório", contou o freguês.
Em alguns postos, já não era possível encontrar etanol e gasolina. A reportagem do Estado de Minas percorreu a Região da Pampulha e constatou a elevação dos valores cobrados nas bombas. Pela manhã, a gasolina variava entre R$ 5,12 e R$ 5,39 o litro. Já o álcool era vendido na região por valores entre R$ 3,59 e R$ 3,89 por litro. À tarde, em alguns postos, a gasolina era vendida acima de R$ 5,50 e o álcool passava de R$ 4. Com relação ao aumento no preço devido à alta procura, a Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor, realizou abordagens em vários estabelecimentos depois de denúncias feitas por motoristas ao longo de todo o dia.
Entenda a greve
O SindTaque estima que 3 mil condutores aderiram ao movimento grevista. Os tanqueiros pedem que o estado reduza a alíquota do ICMS cobrada de 15% para 12%, taxa praticada em estados como Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.
Na quinta-feira (25/02), a categoria organizou um protesto. Cerca de 200 caminhões fizeram uma carreta que partiu das imediações da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Grande BH, até a Cidade Administrativa, sede do Executivo estadual.
O governo de Minas argumenta que as recentes variações do combustível não são decorrentes do ICMS, mas da política de preços da Petrobrás. Por enquanto, o Executivo também descarta baixar a tarifa alegando a crise financeira enfrentada pelo estado.
"No momento, em virtude da situação financeira do estado, a Lei de Responsabilidade Fiscal exige uma compensação para aumentar receita em qualquer movimento de renúncia fiscal, o que não torna possível a redução da alíquota. A Secretaria de Fazenda esclarece ainda que o ICMS corresponde a 31% para gasolina, 16% para o etanol e 15% para o diesel, do preço total dos combustíveis", diz a nota.
Em 18 de fevereiro, a Petrobras autorizou o quarto rejuste do ano. Desde janeiro, a gasolina acumula alta de 34,78%, enquanto o diesel está 27,72% mais caro.
GOVERNO
O governador Romeu Zema (Novo) afirmou na noite desta sexta-feira (26/2) que sua equipe vai se reunir com os líderes do movimento dos transportadores de combustíveis para buscar um senso comum. Ele se manifestou depois que longas filas se formaram nos postos, acarretando a falta de combustíveis para a população na Grande BH e em várias cidades do estado.
“O governo assume o compromisso de instalar já na próxima semana um grupo de trabalho em nossa equipe, em conjunto com representantes das entidades ligadas à cadeia do combustível, para a busca de uma solução dialogada e efetiva para as questões levantadas”, afirmou Zema.