Após o fim da greve dos caminhoneiros responsáveis pelo transporte de combustíveis aos postos de gasolina em Minas Gerais, estabelecimentos trabalham para retomar a normalidade em Belo Horizonte. Na Avenida Cristiano Machado, Região Nordeste da cidade, um posto está com as bombas “zeradas” desde a noite dessa sexta (26). Sem os compostos que enchem os tanques dos veículos, não há movimento algum no local.
Leia Mais
Pandemia impõe transformações à alma e no trabalho Tanqueiros iniciam negociação com governo de MG e suspendem grevePolícia Civil fiscaliza postos de BH que tiveram aumentos nos combustíveisReunião entre governo de Minas e tanqueiros termina sem acordo Jovens aglomeram em posto da Raja, em BH, com carros de luxo e muita bebidaAção 'Combustível a Preço Justo' vai vender gasolina a R$ 3,50 em BHPolícia Civil apura supostos preços abusivos em postos de BH e regiãoTragédia de Mariana: demora na reconstrução de comunidades gera protestoMG tem 155 mortes e 5.654 novos casos de coronavírus nas últimas 24 horasDefesa Civil emite alerta para pancadas de chuva em Belo HorizontePerto dali, na Avenida Silviano Brandão, o desabastecimento também é realidade. Em um posto da via, o combustível acabou no início da tarde de sexta. “Não tem horário de entrega. Estamos no aguardo, de braços cruzados”, diz o frentista Alex Gonçalves, que afirmou não crer na chegada das substâncias até o fim desta manhã.
Em outra área da cidade, na Avenida Senhora do Carmo (Centro-Sul), um posto registra movimento normal, sem grandes filas.
O Minaspetro, entidade que representa os responsáveis pelo comércio de combustíveis, diz que o fornecimento aos postos deve ser regularizado ao longo deste fim de semana, mas não soube precisar o ritmo de chegada dos caminhões-tanque aos postos e municípios municípios.
"A disponibilidade de combustíveis nos postos acontecerá de forma gradual e depende de vários fatores, especialmente logísticos", informou a entidade por meio de nota.
O Estado de Minas procurou o Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (SindTanque) para saber se há esquema montado com o objetivo de evitar a ausência generalizada de combustível. Irani Gomes, presidente da entidade, informou que a previsão para a normalização do abastecimento na capital está entre terça e quarta-feira da próxima semana. O sindicato busca saber se os distribuidores vão reforçar as atividades entre sábado e este domingo para acelerar a retomada.
Paralisação
A categoria parou por dois dias, reivindicando a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre o óleo diesel. A classe quer que o governo mineiro reduza, de 15% para 12%, a alíquota da tarifa. O percentual desejado é o mesmo cobrado em São Paulo e Espírito Santo.
A paralisação terminou após representantes do sindicato se reunirem com integrantes do governo Romeu Zema (Novo). Na conversa, ocorrida na noite dessa sexta (26), o poder Executivo estadual prometeu iniciar diálogos com a categoria na próxima semana.
“Reduzir impostos é um desejo meu e um compromisso desse governo, vamos continuar perseguindo esse objetivo tão logo a situação fiscal do Estado e as limitações legais trazidas por ela nos permitam. Até lá, temos de construir alternativas e vamos buscá-las em conjunto”, afirmou o governador.
O governo de Minas argumenta que as recentes variações do combustível não são decorrentes do ICMS, mas da política de preços da Petrobras. Em 18 de fevereiro, a estatal autorizou o quarto reajuste do ano. Desde janeiro, a gasolina acumula alta de 34,78%, enquanto o diesel está 27,72% mais caro.
Grupo de trabalho em pauta
Para analisar as demandas dos tanqueiros, o Palácio Tiradentes vai dar forma a uma comissão para analisar os tópicos. A atuação da equipe foi detalhada neste sábado por Igor Eto, secretário de Governo
“Um grupo de trabalho será estruturado a partir da próxima semana, com participação do governo e dos representantes da cadeia de combustíveis, com o objetivo de encontrar soluções para as pautas levantadas pelas categorias”, escreveu, em sua conta no Twitter.
Sexta de tumultos
Antes do término da greve, a sexta teve longas filas desde as primeiras horas. Os preços cobrados sofreram diversas variações. À tarde, em alguns postos, a gasolina bateu R$ 5,50 — enquanto o álcool passava de R$ 4. A Polícia Civil, por meio da delegacia especializada em Defesa do Consumidor, fez abordagens em alguns locais.Nota oficial do Minaspetro sobre o fim da greve
Conforme divulgado pelo Sindtanque, a greve dos tanqueiros foi finalizada na noite desta sexta-feira (26). De acordo com o presidente do órgão, Irani Gomes, os profissionais suspenderam a paralisação depois de uma reunião junto a representantes do Governo do Estado, que prometeu ouvir os tanqueiros e abrir negociações para a redução da tributação incidente sobre o óleo diesel, principal pauta do movimento grevista.
Vários diretores do Minaspetro atuaram na linha de frente das negociações entre o Sindtanque e o Governo do Estado, usando seus contatos e auxiliando para que houvesse uma conversa inicial entre as partes.
Com o fim da greve, a expectativa do Minaspetro é que o reabastecimento dos estoques dos postos aconteça sem maiores problemas ao longo do final de semana. A disponibilidade de combustíveis nos postos acontecerá de forma gradual e depende de vários fatores, especialmente logísticos. Portanto, o Minaspetro não pode prever quando determinado posto ou cidade receberá novas remessas de combustíveis.
Sobre a greve
O Minaspetro entende ser legítimo o pleito do Sindtanque pela redução do ICMS incidente sobre os combustíveis. Assim como os tanqueiros, que são fortemente afetados pela alta carga tributária cobrada no litro do diesel, os postos também são contra o excesso de impostos nesses produtos.
O Sindicato continua monitorando a situação do abastecimento nos postos e informará a Revenda, imprensa e sociedade em geral novidades pertinentes ao segmento varejista de combustíveis.