Jornal Estado de Minas

DEUS É MÃE

Vitória da arte: Cura comemora arquivamento de inquérito policial em BH


As organizadoras do Circuito Urbano de Arte (Cura) comemoraram o encerramento do inquérito policial que investigava o mural Deus é mãe, criado pelo artista Robinho Santana para a quinta edição do festival em 2020, realizado no Centro da capital mineira.




 
Em uma publicação no perfil do Instagram, elas informam que o Ministério Público deu parecer favorável para o arquivamento do inquérito. O processo gerou indignação e foi acusado de ter motivações racistas, já que criminalizava um mural que retratava a imagem de uma mulher negra com os filhos e também a expressão de artistas negros.
 
"Ainda aguardamos outras decisões por parte da justiça, mas este é o primeiro passo para que esta perseguição ilegal e racista em torno do maior mural em empena do Brasil seja encerrada", escreveram as organizadoras.
 
 
 
Não é o primeiro mural do Cura que gera polêmica por expor a arte negra. O painel Híbrida astral, da artista Criola, também foi questionado na Justiça por um morador do prédio onde a empena está sob a alegação de se tratar de arte de "gosto duvidoso". O trabalho também traz a imagem de uma mulher negra e foi pintado por uma artista negra. Em entrevista ao programa Roda Viva, o prefeito Alexandre Kalil chamou o morador de boçaloide. 




 
No post, as organizadoras ainda destacaram o convite rcebido pelos artistas que participaram do Cura e estavam sendo investigados. Elas ressaltaram que no festival em São Paulo para o qual foram convidados os artistas farão um painel a favor da liberdade de expressão.

"Mas este não é o único motivo que temos pra comemorar. Os artistas Robinho Santana, Poter, Lmb, Bani, Tek e Zoto foram convidados para participar do festival “Verão Sem Censura”, que acontece em São Paulo no mês de março, onde irão pintar juntos um novo painel a favor da liberdade de expressão e artística." 
 

ENTENDA O CASO

 
Em 29 de janeiro, o Cura denunciou que as organizadoras e cinco artistas convidados da edição de 2020 do festival estavam sendo investigados pela Polícia Civil por crime contra o meio ambiente. O motivo seria a presença da estética do pixo na empena localizada no Centro da capital, na Rua Tupis, esquina com a Avenida Afonso Pena. 
 
No entanto, o painel Deus é mãe é considerado o maior mural de empena do Brasil. Foi idealizado pelo artista Robinho Santana e contou com a colaboração de BH Poter, Lmb, Bani, Tek e Zoto. 

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