“Não desejo para ninguém”
Isabella Ribeiro Fonseca de Souza, 22 anos, gerente de marketing digital, que teve a doença respiratória, assim como a filha de um ano e 6 meses, uma irmã e uma sobrinha
“Desconfiei de que estava contaminada devido aos sintomas que surgiram. Tive muita tosse, dores de cabeça intensas, dor de barriga, sonolência e cansaço. O resultado do teste foi positivo para COVID-19, e os sintomas começaram a progredir para falta de ar e perda de olfato e paladar. Além de mim, minha filha, de apenas um ano e seis meses, minha sobrinha e minha irmã, que moram comigo, também se infectaram. Nesse período, o meu maior medo foi pela vida das minhas pequenas, pois não sabia como seria a reação da doença nelas. Ainda bem que, no fim de tudo, elas ficaram bem e não tiveram sintomas além da tosse. Por outro lado, mesmo curada, fiquei sem olfato e paladar por cerca de um mês. Agora, está tudo bem e estou aliviada por ter passado por esse pesadelo. Porém, ainda tenho medo, pois a pandemia não chegou ao fim e as vacinas estão sendo distribuídas aos poucos. Não desejo esse vírus para ninguém.”
“Quase 2 meses depois, sinto cansaço”
Edson Lima, 33 anos, empreendedor. Contaminado pelo vírus, ele sentiu dores pelo corpo, perdeu o paladar e o olfato durante 40 dias e, mesmo curado, sente cansaço físico
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Aline do Espírito Santo, 43 anos, jornalista, integrante de gripo de risco frente a doença. Após se contaminar e ficar curada, teve sequela e permanece em isolamento
“Recebi o resultado positivo para a COVID-19 em 23 de abril de 2020, quando completei um ano sem recidiva de um câncer que descobri em 2018. Naquele momento, acho que o meu marido ficou ainda mais assustado do que eu, porque quando vi o resultado, apesar de não acreditar no que estava acontecendo, falei para mim mesma: ‘eu me curei de um câncer, tem um ano que estou curada e vou pegar esse limão e fazer outra limonada da minha vida. Vou levar com leveza, assim como tentei fazer quando tive câncer’. Na época, estava com a imunidade muito baixa e repondo vitaminas. Por isso, estava em isolamento antes mesmo de ter sido infectada. Porém, comecei a sentir dores fortes de cabeça e no corpo, apresentei quadro de coriza e tive perda de olfato e paladar. Tentei ficar o mais tranquila possível, mas algumas pessoas insistiam em me fazer medo, e o pânico se instalava, em alguns momentos, ao pensar na morte. Então, direcionei minhas atenções para a vida e foquei meu pensamento em coisas boas. Contei com a ajuda, mesmo de longe, de amigos que deixavam comida na minha casa, pois só ficavamos juntos eu e meu marido. Nós tivemos que dormir em quartos separados, usando e fazendo tudo separado, sempre de máscara, 24 horas por dia. As sequelas foram fortes: pneumonia e conjuntivite. Fiquei sete meses com conjuntivite. Apenas em fevereiro deste ano recebi o diagnóstico de que não tinha mais nada, mas ainda estou com uma síndrome no olho que exige usar lágrima artificial para ter lubrificação. Ao mesmo tempo que me sinto aliviada por ter passado por esse momento, sinto medo de me contaminar novamente, pois estou curada, mas não produzi anticorpos suficientes. Sigo em isolamento e, às vezes, a perda de olfato e paladar e o cansaço voltam.”
“Quem teve, sabe que não é brincadeira”
Guilherme Paculdino, de 59 anos, empresário, que adquiriu arritmia cardíaca como resultado da contaminação pelo vírus e não sabe por quanto tempo dependerá de medicamentos.
“Em novembro do ano passado, contraí o vírus. Não sei como, talvez de alguém infectado, o que é mais provável, passeando, em meio a gente conhecida. Passei uma semana isolado e não precisei de internação. Tive 15% do pulmão com aquela ocorrência do “vidro fosco”, mas após os 15 dias de isolamento, senti alguma coisa diferente no meu corpo. E por incrível que pareça foi aí que me deu um pouquinho de pânico. Acreditava que alguma coisa foi alterada; fui pesquisar, estive em uma clínica especializada em Belo Horizonte, e, depois de uma série de exames, parece que o vírus desencadeou arritmia cardíaca, consequência da inflamação que tive pela COVID-19. Isso assusta. A gente se sente limitado. As coisas começam a melhorar, mas, desde o início de dezembro, convivo com esse susto e a arritmia. Agora, com o remédio que a médica receitou tenho a possibilidade de voltar à vida normal. Pode ser que necessite desse remédio por mais um longo tempo ou, nem sei ainda, se pela vida inteira. Mas a COVID-19 assusta sim. Temos de nos ajoelhar, ter medo, pedir a Deus para nos orientar, porque dá medo, ela assusta e quem teve sabe que não é uma brincadeira. Parece que o índice de pessoas que procura entender as consequências da COVID-19 é relativamente pequeno, mas ela tem sequelas sim, e é um percentual relativamente alto de pessoas nessa situação.”
“Entendi o impacto da doença no corpo”
Rafaello Vizioli, 30 anos, assessor de comunicação, que enfrentou sintomas de sinusite, gripe muito forte, mal-estar, cansaço durante 15 dias, inclusive depois de curado
“Tive COVID-19 em outubro de 2020. Os sintomas começararam com uma crise de sinusite, que sempre tenho. Depois, surgiram dores de cabeça e no rosto. Foram cinco dias com mal-estar, gripe forte, mas sem febre, e um pouco de cansaço. Morava com meus pais. Minha namorada e eu ficamos isolados no segundo andar de casa. A cada lance de escada que subia sentia muito cansaço. Fiz consulta médica digital, quando recebi receita de medicamentos. Fiz o tratamento e já no fim de semana seguinte estava melhor. Contudo, o cansaço permaneceu por 15 dias, assim como a falta de ar. Minha namorada também teve problemas de cansaço e perda de olfato. Estamos em fevereiro e ela ainda não está bem totalmente. Não tive perda de olfato, nem paladar. Sabendo que tenho anticorpos, sinto relativa tranquiliade, mas em relação às outras pessoas, principalmente meus pais, familiares mais velhos, entendi o impacto da doença no corpo. Desde que a pandemia começou, em março de 2020, como já tinha histórico de alguns problemas respiratórios, fiquei muito assustado. Fui entender e pesquisar sobre a doença. Com o tempo, a gente acaba relaxando, se permite sair de casa. Quando tive a COVID-19 já havia voltado ao trabalho presencial. Na primeira semana, foram dias difíceis. Não tive sequelas.”
“Continuo tomando os cuidados”
Adilson Martins, 57 anos, empresário, que contraiu o vírus e após ter se curado precisou fazer exercícios e tomar remédio para recuperar os sentidos do olfato e do paladar
“Tive COVID-19 no início de julho do ano passado. Quando começou a pandemia, fiquei muito preocupado com a saúde e também com as condições financeiras. Havia acabado de abrir minha segunda empresa, que não resistiu à pandemia. Em abril, respeitando as recomendações sanitárias, ficamos um mês parados. Como nosso serviço é na área de saúde (essencial), retornamos em maio. Trabalhamos dois meses até aparecer o primeiro caso de COVID-19 na empresa, o que foi suficiente para contaminar todos os funcionários. Fechamos as portas durante mais um mês. Na última semana de julho retomamos os trabalhos com cuidados redobrados. Para aumentar a proteção das funcionárias e usuários adequei os espaços com divisórias de acrílico e seguimos trabalhando assim. Descobri que estava doente em julho, quando tive febre de 38,5 graus. Alguns dias antes eu senti dores de cabeça, coisa raríssima. No dia em que percebemos que poderia ser a doença respiratória, tive muita ânsia de vômito. Cheguei a acreditar que pararia nisso, até perder completamente o olfato e paladar, que recuperei há pouco tempo; claro, depois de alguns exercícios para estimular o cérebro e também de tomar remédio indicado por médico especialista. Hoje, depois de ter passado pelo que acredito ter sido o momento pior da doença, estou um pouco mais relaxado, mas continuo tomando os cuidados, como uso de máscara e álcool em gel.”
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
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O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
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Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
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Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência
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