A folia não aconteceu, mas as viagens e as aglomerações irregulares resultaram em um quadro preocupante em Belo Horizonte. Exatamente 15 dias depois do carnaval, a capital mineira tem dois dos três principais indicadores da COVID-19 em estado crítico: a transmissão da doença e a ocupação das UTIs.
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Circulação restrita e toque de recolher: entenda medidas adotadas por ZemaMinas adota toque de recolher em duas regiões'Picadinha à toa': idosos de 85 anos começam a ser vacinados em BHVelocidade do 1º dia da nova etapa de vacinação em BH agrada secretárioPrefeitura de BH adia volta às aulas presenciais mais uma vez PM de Teófilo Otoni flagra transporte de drogas em ônibus de linha regularPortanto, a partir desta quarta-feira (3/3), os boletins da prefeitura passam a traduzir de vez os efeitos do carnaval.
Conforme o balanço desta quarta, o número médio de transmissão por infectado (fator RT) se mantém em 1,2. O indicador está nesse nível desde a segunda-feira (1º/3).
Já a ocupação das UTIs apresentou leve queda nesta quarta, em comparação ao levantamento dessa terça (2/3): de 76,3% para 75%.
A diminuição está ligada à ampliação da oferta de leitos. A assistência foi ampliada em 10 unidades de terapia intensiva, todas na rede SUS. Agora, BH conta com 575 vagas do tipo.
Por outro lado, a ocupação das enfermarias cresceu: de 58% para 59,4%. Com isso, o parâmetro está na zona intermediária da escala de risco, a de alerta.
Casos e mortes
Belo Horizonte chegou a 114.386 diagnósticos confirmados da COVID-19: 2.781 mortes, 5.235 casos em acompanhamento e 106.370 pessoas recuperadas.
No comparativo com o balanço dessa terça, houve aumento de 1.186 casos confirmados e 18 mortes. É o maior crescimento de óbitos desde 23 de fevereiro.
Porém, vale lembrar que nem todas essas mortes aconteceram, necessariamente, nas últimas 24 horas. Elas apenas entraram para o balanço nesse período.
No levantamento por regionais de Belo Horizonte, a Noroeste é a de maior incidência de mortes por COVID-19: 369, 36 a mais que a Nordeste. Na sequência, aparecem Oeste (332), Barreiro (318), Leste (317), Centro-Sul (315), Venda Nova (287), Pampulha (261) e Norte (249).
No total, 1.512 homens perderam a vida para a virose em BH. A quantidade de mulheres mortas é de 1.269.
A faixa etária mais atingida de forma fatal pelo coronavírus são os idosos: 83,46% (2.321 no total).
Na sequência, aparecem aqueles entre 40 e 59 anos: 14,24% (396). Há, ainda, 61 óbitos entre 20 e 39 anos (2,19%), um pré-adolescente, entre 10 e 14 anos (0,04%) e duas crianças, entre 1 e 4 (0,07%).
Ainda conforme o boletim da prefeitura, 97,3% dos mortos apresentavam ao menos uma comorbidade, sendo cardiopatia, diabetes, pneumopatia e obesidade as mais comuns.
Em BH, 75 pessoas morreram com quadros clínicos de COVID-19 sem comorbidade: 61 homens e 14 mulheres. A maioria tinha entre 40 e 59 anos.