Um casal de advogados de Belo Horizonte decidiu mudar a vida cheia de regras para uma rotina mais natural e autônoma. Gisele Lima e Juliano Stockler, ambos com 35 anos, se tornaram produtores de cogumelos no distrito de Macacos, em Nova Lima, no final de 2019.
Gisele mora em Macacos desde 2014 e sempre quis ter uma renda no quintal de casa, que é grande, mas não o suficiente para uma pousada ou outros empreendimentos maiores. Além disso, ela trabalhava na capital mineira e não tinha disponibilidade para cuidar dessa ideia.
Até que, em 2017, encontrou Juliano no casamento de amigos em comum: “Nos conhecemos no casamento de uma amiga minha com um amigo dele, foi na Bahia, super divertido. Tecnicamente foi um reencontro, porque tínhamos estudado um período juntos na escola, mas não éramos amigos”, diz Gisele.
A partir desse reencontro, eles começaram a se relacionar e foram descobrindo que tinham muitas semelhanças, além da formação profissional. A paixão pela natureza e vida ao ar livre são algumas delas.
Gisele tinha uma empresa com sua mãe e Juliano era advogado em um grande escritório, ambos em BH. Nas conversas do dia-a-dia, eles descobriram que advogar não estava mais suprindo as expectativas e os sonhos e, por isso, decidiram mudar de profissão.
Com dois anos de relacionamento, Gisele e Juliano começaram a estudar sobre a possibilidade de fazer uma renda no espaço da casa em Macacos e encontraram a produção de cogumelos: “Caímos de paraquedas. Pesquisamos uma renda que pudesse ser viável dentro do espaço que temos e achamos o cogumelo” ela diz.
Em novembro de 2019, celebraram o início do empreendimento e do casamento: “Foi tudo fluindo, virou uma festa só” conta Gisele. Ela e o marido, fizeram cursos sobre a produção, visitaram fábricas e investiram no cultivo do cogumelo shiitake, que é como os demais tipos: um fungo, que se desenvolve em um material chamado de substrato.
O casal cuida do processo inteiro, desde o cultivo até a entrega. A produção, que é feita em casa, ganhou o nome de Fazenda Musashi e gera cerca de 100 bandejas de 200 gramas por semana. Eles colhem os cogumelos pelo menos duas vezes por dia e, apesar de o lucro ser um pouco diferente do imaginado, o retorno pessoal é gratificante, segundo Gisele.
“O Juliano teve uma mudança maior na vida, ganhando mais autonomia e controlando seus próprios horários. Ele ficou muito satisfeito com essa questão”, diz ela.
“Precisamos ter um sonho. Eu sonhava muito com isso, em ter uma renda assim. Acho que devemos sonhar e nos imaginar dentro. Uma hora, com bastante luta e fé, isso dá certo. Vai atrás que é possível” diz Gisele.
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*Estagiária sob supervisão do subeditor João Renato Faria