Jornal Estado de Minas

CRUELDADE

'Nenhuma pena vai ser maior que a culpa', diz mãe de criança espancada

O casal acusado de matar Ana Lívia Lopes da Silva, de apenas 3 anos, por fazer xixi na cama, foi condenado em Poços de Caldas. O júri popular aconteceu no centro de eventos Cenacon e terminou na madrugada desta sexta-feira (5/3).





 

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o casal é acusado de homicídio quadruplamente qualificado, como tortura e meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, feminicídio e motivo fútil.

 

O padrasto da criança, Christhopher Anthony Tavares Coelho, de 30 anos, foi condenado a 32 anos, um mês e 20 dias de prisão. Já a mãe, Letícia Lopes Fonseca, de 21, pegou 29 anos, dois meses e 23 dias de prisão. Ambos no regime fechado.

 

Mãe da criança se arrepende por não ter evitado o crime (foto: Arquivo Pessoal )
“Eles foram condenados, conforme era o esperado de acordo com a de acordo com a denúncia. Ela também responde pelo homicídio com quatro qualificadoras, mas na forma de omissão”, explica Karla Felisberto, defensora pública.





 

De acordo com Karla, a mãe se arrepende por não ter evitado a morte da filha. “Ela disse poderia ter evitado o caso. Com relação a condenação, ela se mostrou conformada e disse que nenhuma pena de cadeia vai ser maior que a culpa que ela vai carregar”, afirma.

 

Relembre o caso

 

Ana Lívia Lopes da Silva tinha 3 anos, quando tudo aconteceu em junho de 2018. De acordo com a polícia, ela morreu após ser espancada pelo padrasto e não recebeu socorro da mãe.

 

As investigações apontaram que a vítima teria sido espancada logo pela manhã, quando teria urinado na roupa e na cama. Letícia teria passado o dia todo com a criança machucada. Durante a noite, a menina teria sido novamente vítima de agressão.  

 

A menina só foi levada para o Hospital Margarita Moralles, que fica a 100 metros da casa do casal, no final da tarde do outro dia, quando uma irmã do acusado encontrou a criança desacordada, com dificuldades para respirar, inchada e com a pele roxa. Pela gravidade dos ferimentos, a menina foi transferida para a Santa Casa de Poços de Caldas, onde faleceu.

 

Segundo a polícia, Letícia foi presa na porta do hospital e o padrasto em casa. No primeiro momento, Letícia disse que não presenciou as agressões, enquanto Christopher confessou, mas depois, preferiu o silêncio.

 

A creche, onde Lívia estudava, chegou a denunciar o casal por maus-tratos um mês antes do crime. 

 





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