Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o casal é acusado de homicídio quadruplamente qualificado, como tortura e meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, feminicídio e motivo fútil.
O padrasto da criança, Christhopher Anthony Tavares Coelho, de 30 anos, foi condenado a 32 anos, um mês e 20 dias de prisão. Já a mãe, Letícia Lopes Fonseca, de 21, pegou 29 anos, dois meses e 23 dias de prisão. Ambos no regime fechado.
“Eles foram condenados, conforme era o esperado de acordo com a de acordo com a denúncia. Ela também responde pelo homicídio com quatro qualificadoras, mas na forma de omissão”, explica Karla Felisberto, defensora pública.
De acordo com Karla, a mãe se arrepende por não ter evitado a morte da filha. “Ela disse poderia ter evitado o caso. Com relação a condenação, ela se mostrou conformada e disse que nenhuma pena de cadeia vai ser maior que a culpa que ela vai carregar”, afirma.
Relembre o caso
Ana Lívia Lopes da Silva tinha 3 anos, quando tudo aconteceu em junho de 2018. De acordo com a polícia, ela morreu após ser espancada pelo padrasto e não recebeu socorro da mãe.
As investigações apontaram que a vítima teria sido espancada logo pela manhã, quando teria urinado na roupa e na cama. Letícia teria passado o dia todo com a criança machucada. Durante a noite, a menina teria sido novamente vítima de agressão.
A menina só foi levada para o Hospital Margarita Moralles, que fica a 100 metros da casa do casal, no final da tarde do outro dia, quando uma irmã do acusado encontrou a criança desacordada, com dificuldades para respirar, inchada e com a pele roxa. Pela gravidade dos ferimentos, a menina foi transferida para a Santa Casa de Poços de Caldas, onde faleceu.
Segundo a polícia, Letícia foi presa na porta do hospital e o padrasto em casa. No primeiro momento, Letícia disse que não presenciou as agressões, enquanto Christopher confessou, mas depois, preferiu o silêncio.
A creche, onde Lívia estudava, chegou a denunciar o casal por maus-tratos um mês antes do crime.