"Nós não estamos contaminando mais o pai e a mãe. Nós estamos contaminando o filho. Então, aviso à população de Belo Horizonte: quem não tem medo de matar o avô e a avó, cuidado para não matar o sobrinho e o filho. Isso toca o coração da gente profundamente", afirmou o chefe do Executivo municipal, durante entrevista coletiva nesta sexta (5/3).
Na ocasião, o Comitê de Enfrentamento a Epidemia da COVID-19 da prefeitura anunciou mais um fechamento do comércio da cidade.
De acordo com a prefeitura, oito crianças estão em estado grave na cidade. Dessas, quatro crianças estão internadas e outras quatro estão em UPAs, aguardando transporte por meio de ambulâncias. Todas estão em enfermarias.
Quanto à faixa etária dos menores, a prefeitura informa que são duas crianças de 6 anos, uma de 4, uma de 3, uma de 2, duas de 1 ano e mais duas de dois e quatro meses.
Sobre o retorno das aulas, o prefeito deu o exemplo de São Paulo, onde há 29 mortos entre os professores. A prefeitura chegou a esboçar a volta da educação infantil, mas a ideia foi descartada diante da alta dos números.
Indicadores
A decisão da prefeitura se baseia na alta dos indicadores ligados à pandemia. A ocupação de unidades de terapia intensiva, por exemplo, chegou a 81% nesta sexta-feira.
O indicador está na zona crítica da escala de risco, acima dos 70%, desde o balanço do último dia 26. Houve aumento de sete pontos percentuais no parâmetro nesta sexta.
Já o índice das enfermarias subiu para 61,9% e permanece no nível de alerta, o intermediário, entre 50 e 70 pontos percentuais.
Por outro lado, a taxa de transmissão diminuiu para 1,16. Isso quer dizer que 100 pessoas podem infectar outras 116 na capital mineira.
O chamado RT chegou a marca de 1,2 nesta semana, a zona crítica, mas sofreu duas quedas consecutivas nos balanços dessa quinta e desta sexta.