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Estado de Minas EM BH

COVID-19: 'O SUS salvou a vida dele', diz família de idoso que teve alta

Família não esperava o atendimento excelente que recebeu em hospitais públicos, durante todo tratamento do parente


05/03/2021 18:38 - atualizado 05/03/2021 20:51

Said Félix Costa, de 62 anos, teve alta nesta sexta (05/03) e foi recebido pela família(foto: Arquivo pessoal )
Said Félix Costa, de 62 anos, teve alta nesta sexta (05/03) e foi recebido pela família (foto: Arquivo pessoal )
Depois quase dois meses internado com COVID-19, um idoso de 62 anos teve alta na tarde desta sexta-feira (05/03), do Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, em Belo Horizonte. A infecção causada pelo coronavírus provocou uma onda de surpresas para a família, que apesar do medo das complicações, se sentiu muito bem acolhida pelo SUS, que realizou todo o atendimento.
 
Said Félix Costa mora em Dom Joaquim, a 200km de BH, e foi diagnosticado com COVID-19 no início de janeiro. Em atendimento, ele precisou ser intubado e foi transferido para Guanhães, cidade mais próxima que oferecia leito para a internação. Do dia 9 a 20 de janeiro ele foi atendido em um hospital público e recebeu todo apoio.
 
Mesmo com amparo, suas complicações ficaram mais graves. Além da inflamação no coração, Said teve problemas nos rins e precisou de uma nova transferência, dessa vez para Belo Horizonte, no Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro e lá permaneceu do dia 21 de janeiro até esta sexta-feira (05/03).
 
A família não esperava encontrar todo o suporte que teve na rede pública. Os parentes de Costa tinham um receio muito grande com o atendimento, mas a visão ficou completamente diferente: “Foi um atendimento ótimo. Todos os dias os médicos passavam boletins e informações precisas, sempre falando o que estavam fazendo para salvar a vida dele” disse Regina Coeli, sobrinha de Costa.
 
Depois de alguns dias internado, o idoso não transmitia mais a COVID-19 e foi tirado do isolamento, para tratar as complicações que teve. Com isso, a família podia visita-lo em alguns horários e presenciou todo o trabalho da equipe: “O apoio do hospital foi espetacular, ele foi tendo muito progresso. Foi uma surpresa ter a equipe grande lá. O tempo inteiro tinham médicos, enfermeiros, fonoaudiólogas e nutricionista entrando no quarto” completou Regina.
 
Na tarde desta sexta-feira (05/03) a família aguardava, ansiosa, a saída do ‘tio Said’, carinhosamente chamado pelo sobrinho Rodrigo Otávio, que acompanhava o momento: “O SUS salvou a vida dele. Eu não acreditava que era tão bom, mas é! Estou repetindo isso para todos, o SUS salvou a vida do tio Said” disse, eufórico em poder levar o tio para casa. 

Questões políticas influenciavam visão negativa 

 
O posicionamento dos parentes quanto ao atendimento público era influenciado, também, por questões políticas. Alguns familiares eram apoiadores do atual governo federal e ainda tinham esperanças que o posicionamento do presidente da República, diante à pandemia, fosse melhorar. Entretanto, ao passarem pela situação de perto, se sentiram desconfortáveis.
 
“A falta de exemplo do presidente está fazendo as pessoas terem uma visão distorcida do que é a pandemia. Eu como um pai responsável, tenho que dar bons exemplos, mas não o vejo fazendo isso. Está agindo de uma forma não muito palpável, comunicação sem consonância com a área médica e especialistas. Acho que tudo isso tem prejudicado a compreensão das pessoas sobre a pandemia”, disse José Cláudio Milhori, parente de Costa.
 
Ele era um dos familiares que acreditava na mudança, mas agora faz críticas ao posicionamento de Jair Bolsonaro, presidente da república, diante das mais de 200 mil mortes por COVID-19 no Brasil. “A primeira vez que ele foi em uma rádio para dar entrevista e teve panelaço, eu até fiquei chateado. Mas agora, a forma que ele está conduzindo, mostra que o interesse é outro, não é a população, nem a nação” disse José Cláudio.
 
A mudança de opinião na família foi surgindo à medida que o tio Said era atendido em um hospital administrado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que já foi alvo de críticas negativas por parte do presidente. “Toda aquela construção que foi feita para a eleição dele, foi por terra. Mostrou a devida cara para a população” disse José e completou “É preciso que ele tome atitudes como presidente, não como candidato”.
 
Todas as informações transmitidas pela mídia ajudaram a família a compreender a situação e José acredita que as pessoas devem sempre se informar e não duvidar da existência do vírus: “Os órgãos de imprensa precisam ser respeitados, não podemos vendar os olhos. São vidas que estão sendo ceifadas. O vírus não escolhe classe social, raça, idade, nada.”
 
“Espero que as pessoas que hoje, tem a visão de gripezinha, subestimam a dor do outro, possam ter a conscientização de estar envolvidos na prevenção e amor ao próximo. Se ame, primeiramente, e use máscara. E se você ama o próximo, também vai usar”, completa.
 
Na saída do hospital, Said foi recebido por alguns familiares com balões e uma chamada de vídeo com vários participantes, celebrando a vitória. No carro, o sobrinho Rodrigo colou uma placa que dizia: "Buzina aí! Meu tio venceu a COVID". “Foi uma vitória! O hospital é maravilhoso, o SUS salvou a vida dele” reforçou Rodrigo Otávio. 
 
 
 
*Estagiária sob supervisão do subeditor João Renato Faria



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