Um ano após o primeiro caso de COVID-19 registrado em Minas Gerais, o estado enfrenta dificuldades de encontrar espaço no sistema de saúde para todos os pacientes. Em Belo Horizonte, a prefeitura determinou um novo fechamento do comércio para frear a disseminação da COVID-19, diante do aumento dos indicadores. Enquanto cidades da Região Metropolitana atingem a capacidade máxima de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Secretários de saúde e prefeitos devem alinhar o funcionamento das cidades em conjunto nesta segunda-feira (8/3).
Entre as razões que motivaram o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD) a fechar o comércio da capital mais uma vez foi o crescimento da taxa de ocupação de leitos de UTI para COVID-19. O número saltou de 74,4% para 81%, de acordo com a divulgação do boletim epidemiológico dessa sexta-feira (5/3).
A situação é ainda pior em algumas cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Ribeirão das Neves, Betim e Barão de Cocais atingiram 100% da capacidade de leitos, segundo a Secretaria de Estado de Saúde. A microrregião que engloba Nova Lima e Caeté chegaram aos 88,50% de ocupação e Contagem nos 80,29%. Sete Lagoas e Vespasiano passaram dos 70%.
Os dados são do painel de monitoramento da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), que esclarece como é feito o acompanhamento:
"A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informa que o painel de monitoramento de casos da COVID-19 em Minas Gerais divulga dados por macro e microrregião de saúde, respeitando a lógica do sistema de regulação de leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) que prevê, na hipótese de falta de leitos em determinados serviços de saúde, a transferência de pacientes para qualquer um dos hospitais vinculados ao SUS da macrorregião de saúde de origem do paciente.
Em casos de esgotamento da capacidade instalada em uma macrorregião, a regulação assistencial busca vagas em outras macrorregionais. Por causa desse processo, que envolve micro e macrorregiões, a taxa de ocupação de leitos no painel de monitoramento da SES divulga dados por macro e microrregião."
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Segundo o Secretário Municipal da Saúde de Ribeirão das Neves, Rodrigo Augusto Rocha Vieira, a cidade conta com a ajuda de BH para acolher aqueles que estão aguardando vaga. “Até agosto de 2020, não tínhamos nenhum leito de UTI e conseguimos implantar 10. Deles, conseguimos salvar mais de cem vidas que passaram por lá. Estamos há uns dez dias sem leitos e três pessoas aguardam vaga para Belo Horizonte”, explicou.
Rodrigo conta que é inviável a ampliação de leitos. “Nesse momento não conseguimos aumentar a quantidade de leitos de UTI, estamos estudando uma forma de como fazer isso, mas agora não temos essa garantia. Também para isso, precisamos de ajuda ou do governo estadual ou federal porque um leito de UTI não é barato”, afirmou.
Ele reforçou que Ribeirão das Neves entrou para a onda vermelha do programa estadual Minas Consciente nessa sexta-feira (5/3). “Vamos soltar um decreto, provavelmente na segunda (8/3) para frear o avanço da COVID-19 na cidade”, destacou. “O que a gente pede é a conscientização da população, evitar aglomeração como tem acontecido muito em festas particulares e em bares. Pedimos também para fazer o uso correto da máscara e utilizar álcool em gel, é um momento de conscientização geral, não só de Neves”, pediu o secretário.
Rodrigo revelou ao Estado de Minas que nesta segunda-feira (8/3) todos os prefeitos e secretários municipais da saúde vão se reunir via remota pela manhã para alinhar medidas de funcionamento das cidades da RMBH contra o novo coronavírus. “Vamos tentar fazer com que esses municípios tenham medidas similares para evitar problemas, de todos seguirem o mesmo caminho. Se Belo Horizonte fecha e o resto continua aberto, o pessoal sai de BH e vem para Neves, então tem que ter uma parceria entre os municípios, já que todos esses fazem divisa”, informou.
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência
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