Sete Lagoas, na Região Central do estado, registrou neste domingo (7/3) 100% de ocupação de leitos de UTI. O município de mais de 240 mil habitantes entrou em situação de emergência. "O fluxo de pacientes aumentou muito. Precisamos de ajuda", afirmou o secretário municipal de Saúde, Flávio Pimenta.
O secretário afirmou que já havia enviado ofício à Superintendência Regional de Saúde de Sete Lagoas, ao Conselho Municipal de Saúde e ao Conselho das Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG) alertando para a gravidade da situação em sua cidade.
“Informamos ainda que, mesmo após a adoção de várias medidas por parte do nosso município para amenizar e controlar a COVID-19, existe um grande número de pessoas infectadas que impacta diretamente na assistência à saúde ofertada à população. Diante do exposto, infelizmente não possuímos neste momento, disponibilidade de leitos para a admissão de novos pacientes”, diz o comunicado.
A cidade conta atualmente com 50 leitos de UTI divididos entre o Hospital Municipal, o Hospital Nossa Senhora das Graças, Hospital da Unimed e a UPA Dr.Juvenal Paiva. Na sexta-feira, a cidade comunicou que se manteve na onda vermelha do programa Minas Consciente, liberando somente parte das atividades não-essenciais.
“O fluxo de pacientes aumentou de forma exorbitante, o que comprometeu nossa rede de saúde. Vamos tentar aumentar mais cinco leitos e estamos tentando avaliar outras situações. Precisamos de apoio do estado. Até agora, nossa oferta não suportou. Já pedimos equipamentos, mas não deram nada”, afirmou Flávio Pimenta ao Estado de Minas.
Ele disse que o governo orientou a restringir as atividades para tentar frear a ocupação dos leitos na cidade: “Fiz uma provocação ao governo do estado, mas ainda não obtive nada. A única coisa que o secretário nos falou é que era para criar medidas restritivas, mas não prometeu nenhum apoio logístico e de equipe. Estamos aguardando. Estamos buscando alternativas para solucionar o problema”.
A microrregião de saúde de Sete Lagoas abrange municípios menores, como Abaeté, Cachoeira da Prata, Cordisburgo, Caetanópolis, Funilândia, Pompéu e Prudente de Morais. Segundo Pimenta, houve um acordo inicial para que Caetanópolis, Abaeté e Pompeu oferecessem auxílio para doenças não-COVID, enquanto Paraopeba e a própria Sete Lagoas atendessem os pacientes com COVID-19.
O secretário disse que o plano deu errado: “Em nenhum momento isso funcionou. Sete Lagoas acabou suportando toda a região. Em vários momentos, trabalhamos de forma controlada, mas o aumento nesses últimos dias nos levou à atual situação”.
Pimenta também revelou que o município possui variantes do coronavírus vindos de Manaus. O caso seria de um mineiro que mora no Amazonas, mas que voltou para ver a mãe, que mora na cidade. "Ele não mora aqui, mas testou positivo para a nova cepa".
Dados epidemiológicos
Segundo o boletim oficialmente divulgado pelo município, com dados de sexta-feira (5/3), Sete Lagoas registrou 11.167 casos e 192 mortes pela doença desde o ano passado.