Na Região Central de Minas Gerais, as cidades históricas de Ouro Preto e Congonhas estão na onda vermelha do Plano Minas Consciente e anunciaram decretos restringindo a movimentação da população, em vigor a partir desta segunda-feira (08/03). As medidas restritivas foram adotadas em função dos novos casos de COVID-19, em destaque nas populações mais jovens.
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Em Ouro Preto, o enfermeiro na Vigilância em Saúde Jonathan Silva vê com muita preocupação o surgimento de casos graves em crianças e a falta de leitos de UTI para COVID-19, caso a situação chegue a níveis incontroláveis.
“A gente fala isso trabalhando na Secretaria de Saúde com muita emoção porque entre todos os casos novos vemos diariamente crianças. Tivemos o nosso primeiro caso grave em uma criança, de 2 anos, que testou positivo e precisou de leito”.
Os leitos de UTI para COVID-19 estão com lotação máxima, oscilando entre 90% a 100% desde dezembro de 2020. A Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto, tem apenas 10 leitos de UTI e esse total é dividido com Mariana e Itabirito.
No último boletim COVID-19 da Santa Casa de Ouro Preto disponibilizado na sexta-feira (05/03) a taxa de ocupação dos leitos de UTI estava em 90% e de enfermaria 42,5%.
Segundo a Secretaria de Saúde, no Hospital de Campanha da Prefeitura de Ouro Preto tem 50 vagas para pacientes de enfermaria e um atendimento diário, em média, de 30 pessoas. Um paciente está internado no hospital e um outro foi transferido para um leito privado.
Congonhas
Congonhas não tem Hospital de Campanha e a porta de entrada dos pacientes com COVID-19 na cidade são as Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que atendem 24 horas. Segundo a Secretaria de Saúde, os pacientes que necessitam internação em UTI são encaminhados para o Hospital Bom Jesus.
O hospital é referência para a população de Congonhas e também da Região de Saúde Conselheiro Lafaiete/Congonhas. A unidade de saúde atende os casos de urgência e emergência de média complexidade da população dessa região, que tem cerca de 300 mil habitantes.
No Hospital Bom Jesus estão disponíveis para pacientes do SUS, com COVID-19, 11 leitos clínicos e 10 lieitos de UTI.
De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde divulgado nesta segunda-feira (08/03), a ocupação de leitos clínicos está em 45% e de UTI 100%.
O prefeito de Congonhas, Cláudio Antônio de Souza, vê com preocupação esses dados. Segundo o médico, houve uma aceleração dos números na cidade nas duas últimas semanas, com a volta para a onda vermelha do Plano Minas Consciente.
Ainda segundo o prefeito, a cidade não tem Unidade de Suporte Ventilatório Pulmonar para ajudar a desafogar a pressão dos leitos de UTI.
“O grande desafio hoje é encontrar espaço dentro do Hospital Bom Jesus para atender àquele paciente que já se curou da COVID-19, mas ainda necessita de cuidados e precisa liberar o leito de UTI para um outro paciente ocupá-lo. Nesse estágio intermediário, o paciente precisa de ventilação para se recuperar totalmente e faz falta não ter a Unidade de Suporte Ventilatório pulmonar”, explica.
O decreto que entra em vigor nesta segunda-feira (08/03) terá prazo de duração de sete dias e durante esse período serão avaliadas as taxas de ocupações e números de casos para decidir se será prorrogado ou não.