Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

BH: em sete dias, Samu atende quase 700 pacientes com suspeita de COVID-19

Os profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Belo Horizonte atenderam 671 casos suspeitos de COVID-19 na última semana, encerrada no sábado (6).

As ambulâncias transportaram sete pacientes a mais que os levados na primeira semana deste ano, data do último fechamento de todos os serviços tidos como não essenciais. À época, foram 664.



Nesta semana, iniciada nesse domingo (7/3), já foram contabilizados 58 atendimentos via veículos do Samu. Os números constam no mais recente boletim divulgado pela prefeitura.

Apesar do aumento na quantidade de pacientes que precisaram do apoio de ambulâncias, houve queda no número de atendimentos feitos pela rede municipal de Saúde. Considerando locais como as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e os hospitais, 8.654 pessoas com suspeita de coronavírus procuraram auxílio na semana passada. Na primeira semana deste ano, foram 13.91.

Na manhã desta segunda-feira (8), o Estado de Minas constatou alto fluxo de pacientes nas UPAs Leste e Centro-Sul. O mergulhador Bruno Albergaria, 49, se queixava de dores no peito e aguardava atendimento na unidade Centro-Sul.



“Não estou querendo ficar muito próximo (das pessoas)”, disse, do lado de fora da unidade de saúde, temeroso com a disseminação da infecção em solo belo-horizontino.

À reportagem, fontes ligadas ao atendimento aos infectados relataram espanto com o número de ambulâncias saídas da UPA Noroeste, nesse domingo. Um trabalhador da área de saúde disse que um “comboio” de veículos saiu da unidade de saúde em direção a outros hospitais.

Um paciente que procurou o local por problemas estomacais falou em “congestionamento de ambulâncias”.

Entre domingo e hoje, a rede de atendimento da Prefeitura de Belo Horizonte atendeu 85 pessoas com sintomas que podem caracterizar o novo coronavírus.

No Hospital João XXIII, no Santa Efigênia, onde a reportagem também esteve nesta segunda-feira, pacientes com sinais ligados ao coronavírus eram orientados a procurar, justamente, a UPA Centro-Sul.

Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde explicou que a transferência de pacientes por meio do Samu é procedimento padrão. A autarquia alegou que a decisão é tomada com base em critérios clínicos e na capacidade de atendimento da rede.



“A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informa que também é função do SAMU fazer o transporte de pacientes entre as unidades de saúde da capital, como centros de saúde, UPAs e hospitais A transferência é definida de acordo com o quadro clínico do paciente, disponibilidade de leito na unidade de saúde e/ou oferta de exame”, lê-se na nota enviada ao EM.

UPA Leste registrou movimento significativo na manhã desta segunda-feira (8) (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)


Ocupação de UTIs em BH beira os 90%

Esta segunda-feira foi o primeiro dia, desde o novo decreto do prefeito Alexandre Kalil (PSD), em que Belo Horizonte teve os setores não essenciais fechados durante todo o tempo. A taxa de ocupação das vagas de terapia intensiva saltou para 85,4%, ante os 81% vistos na sexta-feira (5).

O indicador está no nível vermelho, que representa alerta máximo. O percentual é o maior desde 26 de janeiro, quando, impulsionada pelas festas de fim de ano, a ocupação de UTIs chegou a 86%.

A ocupação das enfermarias também cresceu na capital. O dado saiu dos 61,9% apurados nessa sexta-feira para 69,6% nesta segunda-feira.



Em apenas dois dias, o salto foi de 7,7 pontos percentuais. Embora ainda estejam no estágio amarelo, o indicador está cada vez mais próximo do estágio crítico.

Queda na taxa de transmissão em BH

O único indicador em queda em Belo Horizonte é a taxa de transmissão da COVID- 19 por infectado. O índice caiu de 1,16 para 1,15. Isso quer dizer que a cada 100 pessoas com COVID-19 no município, outras 115 testam positivo para a doença. A marca de 1,15 mantém o RT na zona intermediária, entre 1 e 1,2.

O município soma 118.122 confirmações e 2.826 mortes em virtude da COVID-19. Em relação ao boletim anterior, divulgado na sexta, houve incremento de 1.703 casos e 11 óbitos.

Os ‘fechamentos’ de 2021

O endurecimento das medidas restritivas anunciado na última sexta-feira foi o segundo deste ano. Em 6 de janeiro, poucos dias após o Natal e o Ano Novo, Kalil tomou a mesma decisão. No primeiro dia de fevereiro, houve arrocho. O avanço dos números, contudo, fez a prefeitura voltar à ‘fase zero’ de flexibilização.

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