Com as portas dos seus estabelecimentos fechados por conta da “onda roxa”, lojistas do comércio não essencial de Montes Claros, no Norte de Minas, se esforçam para aumentar as vendas online. O objetivo é tentar reduzir os prejuízos provocados em função das medidas restritivas adotadas contra a propagação do coronavírus.
Montes Claros e outros 85 municípios do Norte de Minas entraram na “onda roxa” – a mais restritiva contra o coronavírus dentro do Programa “Minas Consciente”, por decisão do Comitê Extraordinário Estadual COVID-19, tomada sábado (6/03). No mesmo dia, também foram incluídas na fase mais rigorosa do Minas Consciente a Região Triângulo Sul e a microrregião de Ponte Nova. As regiões Triângulo Norte e Noroeste já estavam na “onda roxa” desde quinta-feira (3/03).
Nesta segunda-feira (8/03), no primeiro dia útil da “onda roxa” em Montes Claros, a reportagem do Estado de Minas foi ao Centro da cidade, onde encontrou as lojas de roupas, calçados e de eletrodomésticos e papelarias – do comércio não essencial fechadas. Mas, em muitas delas, foi afixado um cartaz na porta, informando: “estamos atendendo por whatsApp”.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Montes Claros, Ernandes Ferreira da Silva, explica que o reforço das vendas on-line por meio do whatsApp e outras ferramentas pelos empreendedores do comércio não essencial durante a “onda roxa” foi orientada pela própria entidade.
Ele salienta que a CDL de Montes Claros encaminhou um comunicado aos seus associados, com “interpretação jurídica” sobre o decreto estadual que instituiu as medidas mais restritivas às atividades econômicas.
A entidade chama atenção para o artigo terceiro do decreto, que trata das vendas pelo sistema delivery para os estabelecimentos do comércio não essencial que não podem abrir durante os 15 dias de vigência da “onda roxa” na região. A CDL diz também que mesmo as lojas podem manter atividades internas.
“Na interpretação literal no parágrafo único (...) se outra medida não vier a suprimi-la, todas as atividades com exceção daquelas consideradas essenciais, têm a permissão para funcionar com portas fechadas para as atividades internas de operacionalização, desde que respeitadas os protocolos sanitários do Plano Minas Consciente, inclusive a venda através do sistema de “ Delivery” com a entrega de mercadorias em domicílio”, diz o comunicado da entidade.
Município ultrapassa 20 mil casos de COVID-19
Nesta segunda, de acordo com boletim divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, Montes Claros ultrapassou 20 mil casos da COVID-19. A cidade já teve 20.112 casos confirmados e 329 mortes provocadas pela doença respiratória, das quais 12 ocorridas nas últimas 24 horas.
Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde de Montes Claros, a taxa de ocupação dos leitos clínicos do SUS (Sistema Único de Saúde) na cidade é de 97% e a ocupação dos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do SUS é de 88%.Por outro lado, a ocupação dos leitos de UTI particulares e de convênios é de 100%.
No início da semana passada, cinco hospitais de Montes Claros conveniados pelo SUS anunciaram que atingiram a ocupação máxima de leitos destinados a pacientes contaminados com o coronavirus e que suspenderam o atendimento a pessoas com suspeita ou confirmação da doença. Isso motivou a municipalidade adotar medidas mais restritivas contra a propagação da COVID-19 desde quarta-feira (3), incluinco toque de recolher e proibição de venda de bebidas alcoólicas.
Na sexta-feira (5/03), a prefeitura de Montes Claros anunciou a instalação de dois hospitais de campanha e o aumento do credenciamento de leitos para pacientes da COVID-19 em outros dois hospitais. No dia seguinte, foi decidido pela inclusão da região na onda roxa, o que passou a ver domingo (7/03).
Restrições da onda roxa:
Restrição de circulação de pessoas (só poderão sair de casa para atividades essenciais);
Toque de recolher das 20h às 5h;
Funcionamento apenas do serviço essencial Proibição de pessoas sem máscara em qualquer espaço público ou de uso coletivo, ainda que privado;
Proibição de circulação de pessoas com sintomas de gripe, a menos que estejam indo para consulta médica;
Proibição de eventos públicos ou privados; Proibição de reuniões presenciais, inclusive entre parentes que não morem na mesma casa;
Suspensão de cirurgias eletivas Implantação de barreiras sanitárias de vigilância;