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Estado de Minas PANDEMIA

Falta de leitos de UTI para COVID-19 no interior reflete em Belo Horizonte

Em BH, 28% dos pacientes internados em UTIs do SUS desde o início da pandemia são do interior; taxa de ocupação na rede pública da capital está em 86,2%


09/03/2021 15:51 - atualizado 09/03/2021 20:22

Movimento na portaria exclusiva para casos suspeitos de COVID-19 da Santa Casa de Belo Horizonte, que recebe pacientes do interior precisando de atendimento em UTI(foto: JairAmaral /EM/D.A Presss)
Movimento na portaria exclusiva para casos suspeitos de COVID-19 da Santa Casa de Belo Horizonte, que recebe pacientes do interior precisando de atendimento em UTI (foto: JairAmaral /EM/D.A Presss)
A falta de criação leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do SUS no interior de Minas, inclusive em várias cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte, tem causado um aumento nos atendimentos com casos mais sérios da COVID-19 na capital.

Em um ano de pandemia, 28% dos atendimentos em BH foram de pacientes do interior.

O problema é que a taxa de ocupação de leitos de UTI para COVID-19 na capital tem crescido nas duas últimas semanas. Segundo a Secretaria de Saúde de Belo Horizonte, a taxa de ocupação dos leitos de UTI para COVID-19 destinados a pacientes do SUS está em 86,2%. 

Dos 354 leitos de UTI disponíveis para pacientes com coronavírus, 305 estão ocupados, segundo o boletim epidemiológico dessa segunda-feira (08/03).
 
Cidades como Pedro Leopoldo, Nova Lima, Sabará, Rio Acima e Raposos não têm nas unidades de saúde locais nenhum leito de UTI do SUS disponível. Com isso, os casos mais graves são encaminhados para a Central de Internação de Belo Horizonte, o que reflete no total da taxa de ocupação na capital.
 
De acordo com Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMS-BH), de 1º de março de 2020 a 7 de março de 2021, 89 cidades do interior solicitaram internação na capital para casos suspeitos de COVID-19. Nesse período, foram 4.326 pedidos com indicação de UTI, sendo que 1.191 (28%) são das cidades do interior do estado e o restante da própria capital.
 
Ainda segundo a SMS-BH, das 89 cidades que pediram vagas em UTI por meio da Central de Leitos, 49 o fizeram nesses três primeiros meses de 2021. Entre os dias 1º de janeiro e 7 de março de 2021 foram feitas 481 solicitações relativas a pacientes de outras cidades, sendo que na última semana, entre os dias 1° de março até o dia 8 de março, última atualização do boletim, foram 51 solicitações do interior para internação em UTI na capital.
 
As campeãs de solicitações de leitos de UTI em 2021 são Sabará (17%), Santa Luzia (13%), Ribeirão das Neves (9%), Nova Lima (8%) e Pedro Leopoldo (7%), sendo que esse grupo responde por 54% das solicitações dos 49 municípios.
 
De acordo com a Chefe de Divisão de Vigilância em Saúde de Pedro Leopoldo, Raquel Lage, o Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe – SIVEP tem um banco de dados em que são registrados todas as informações sobre a COVID-19. 

De acordo com os dados do sistema, em janeiro de 2021, 34 internações de pacientes com COVID-19 da cidade foram em Belo Horizonte, reflexo das festividades de final de ano. No mês de fevereiro, foram 10 pacientes internados na capital. No mês de março, o Sivep apresenta uma internação.
 
De acordo com a Secretaria de Saúde de Nova Lima, nesta terça-feira (09/03), sete moradores da cidade estão internados em hospitais de Belo Horizonte.
 
Segundo a Santa Casa de Sabará, referência no município para tratamento da COVID-19, existem quatro leitos de passagem para UTI, equipados com respiradores, e o paciente aguarda a transferência para um hospital de maior porte na capital, por meio do trabalho da Central de Leitos do governo do estado.
 
Os casos de alta complexidade, que necessitam de UTI, são tratados em sua maioria em Belo Horizonte, regulados via Central de Leitos. Esse procedimento faz parte da regionalização da rede de saúde, onde Sabará pertence à macrorregião Centro e à microrregião BH/Nova Lima/Caeté.
 
Segundo a Secretaria de Saúde de Belo Horizonte, o Sistema Único de Saúde (SUS) não trabalha com reserva de leitos de UTI para COVID-19, os pacientes da capital quanto do interior são atendidos conforme a gravidade do caso e a disponibilidade de leitos.
Entrada da UTI da Santa Casa, em BH(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Presss)
Entrada da UTI da Santa Casa, em BH (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Presss)

Falta de profissionais é outro problema 

Para agravar a situação, segundo a Sociedade Mineira de Terapia Intensiva (Somiti), as UTIs estão novamente cheias e os profissionais estão trabalhando no limite, com jornadas extensas de plantões, e falta gente para contratação, sendo que a demanda para os profissionais especializados em UTI para COVID-19 é maior que a oferta.
 
A prefeitura de Nova Lima afirma que há dificuldades em criar novos leitos de UTI na cidade. A administração municipal estuda uma parceria com o Hospital Nossa Senhora de Lourdes para ampliação de vagas, visto que, atualmente, o hospital possui 10 leitos cadastrados para atendimento pelo SUS, que não são referência para COVID-19. 

Contudo, questões como a falta de profissionais no mercado, já que haveria a necessidade de contratação de uma equipe de saúde exclusiva para atendimento a esses leitos, interferem na pronta ampliação de vagas.
 
Para a Chefe de Divisão de Vigilância em Saúde de Pedro Leopoldo, Raquel Lage, a falta de leitos de UTI é uma das muitas preocupações que assolam o Brasil inteiro neste momento. 
 
“Pedro Leopoldo tem como referência de alta complexidade a cidade de Belo Horizonte que já dá sinais de esgotamento. Para se habilitar leitos de UTI é necessário um planejamento junto ao Ministério da Saúde. O município tem este interesse porém é algo que demanda maior tempo e deve ser realizado em médio prazo, uma vez que temos projeto aprovado para implementação, aguardando recursos”. 

Ainda segundo Lage, aliado à falta de leitos, o Brasil inteiro está com profissionais de saúde exaustos, com férias acumuladas, em afastamento, o que também agrava a situação de ampliar leitos. 
 
“Sem profissionais não tem UTI. A COVID-19 é uma doença coletiva. Cabe neste momento a todos nós nos responsabilizamos por sua prevenção. Menos transmissão, menos casos graves e menor chance de internação em leitos de enfermaria ou UTI” recomenda.

 Ainda segundo a prefeitura, mesmo a criação de leitos de UTI na cidade não impedirá que o município acione a Central de Leitos, conforme a demanda. 

Como funciona a Central de leitos

Em Belo Horizonte, por ser o maior polo do estado, tem uma central própria de internação que funciona 24 horas por dia e regulariza as internações por meio das próprias secretarias municipais. Além disso, os pacientes do interior do estado também conseguem internação em Belo Horizonte por meio da Central de Regulação do estado, sendo que a verificação de disponibilidade dos leitos é por meio da Secretaria de Estado de Saúde e da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte. 
 
De acordo coma prefeitura de Belo Horizonte, os pacientes do interior são internados em hospitais da rede SUS de Belo Horizonte que disponham de leitos vagos com capacidade de atendimento àquele perfil, sem distinção quanto à natureza do estabelecimento (filantrópico, estadual, municipal, federal ou privado). 
 
As solicitações de internação por COVID-19 são avaliadas conforme os protocolos da Central de Internação de Belo Horizonte, independentemente da origem do paciente. Caso haja disponibilidade de leito, a internação é realizada.
 
Em entrevista ao site da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, a subsecretária de Regulação do Acesso aos Serviços e Insumos de Saúde (SubReg), Juliana Ávila Teixeira, explica que os usuários do SUS que estão em uma fila de espera para uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) são assistidos por meio da Central de Regulação, que realiza a remoção hospitalar de pacientes conforme a disponibilidade de leitos nas macro e microrregiões de saúde.
 
A transferência, segundo a subsecretária, é realizada em consonância com o Plano de Contingenciamento contra a COVID-19 – elaborado para que todos os municípios tenham suas referências de atendimento em suas próprias regiões. 
 
O fluxo regulatório começa com o atendimento médico do paciente em situação de urgência e emergência, em um estabelecimento da Rede Pública de Saúde de Minas Gerais.

Caso seja constatada a necessidade de leito hospitalar para dar continuidade ao tratamento do paciente, o médico realiza a solicitação de sua transferência para instituição com recursos médico-hospitalares necessários aos cuidados terapêuticos requeridos pelo caso.
 
A requisição é feita por meio do cadastro de um laudo eletrônico no sistema informatizado de regulação estadual, o SUSfácilMG.
 
Na sequência, o laudo é automaticamente encaminhado para a Central Regional de Regulação Assistencial. O médico plantonista da Central Regional de Regulação Assistencial, depois de recebido o laudo, avalia o pedido para garantir que as necessidades do paciente sejam atendidas da melhor forma e no menor tempo possível.
 
Ao ser identificada uma possível unidade de atendimento, a Central responsável pelo caso regulado envia um pedido online de reserva de leito. Se o pedido for negado com uma justificativa técnica, outra unidade de saúde será consultada, e assim por diante.

O que é o coronavírus


Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 é transmitida? 

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?


Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus. 

Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência

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