No último final de semana, o superintendente do Hospital Santa Casa de Patrocínio, Augusto Cesar Guimarães de Moura, se sentiu mal e precisou deixar o seu trabalho. “Ele não se sentiu bem e precisou ir embora para a sua casa”, contou, por telefone, a sua secretária.
Neste momento, não há leitos disponíveis no hospital, tanto de enfermaria como de UTI, para pacientes com a COVID-19. Patrocínio, cidade do Triângulo Norte, foi incluída pelo governo de Minas na onda roxa.
Leia Mais
'Estamos no maior colapso da saúde', diz prefeito de PatrocínioCOVID-19: mesmo fora do Minas Consciente, Patrocínio está na onda roxa Ocupação de leitos a pacientes com COVID-19 segue no limite em PatrocínioVigilância Sanitária interdita UTI de hospital em JanuáriaUnimed-BH reconhece que hospitais estão 'no limite da capacidade' Minas está no momento mais difícil da pandemia da COVID-19; veja os dadosEm BH, 141 mil pessoas estão vacinadas contra a COVID-19COVID-19: internato em Lavras tem mais de 170 pessoas infectadasMesmo com mais leitos de UTI, taxa de ocupação volta a subir em Sete LagoasTransmissão do coronavírus volta a acelerar em BH após três quedas seguidasDepois do susto, Augusto de Moura disse à reportagem, nessa segunda-feira (8/3), que “agora eu estou ótimo, obrigado”. Ele preferiu não entrar em detalhes sobre o que ocorreu com sua saúde, a ponto de não ter mais condições de trabalhar durante parte da última sexta-feira (5/3).
De acordo com o último boletim epidemiológico, divulgado nesta segunda-feira, a Santa Casa de Patrocínio, que atende uma microrregião com 12 municípios, continua com lotação máxima, ou seja, estão ocupados todos os seus 23 leitos de enfermaria e 13 leitos de UTI disponíveis para pacientes infectados com a COVID-19.
Para Augusto Cesar, “estamos vivendo o pior momento da pandemia, já que estamos trabalhando no limite da nossa capacidade produtiva e com os leitos 100% cheios para tratamento de pacientes suspeitos ou confirmados da COVID".
Segundo o superintendente da Santa Casa de Patrcínio, o cenário é o mesmo nas últimas semanas. "O hospital sempre cheio e com o pessoal aguardando em outras unidades da rede municipal para serem internados e, infelizmente, não vejo num futuro próximo que esta situação venha amenizar."
Ele diz que "não estamos vivendo num colapso porque ainda não tivemos nenhum paciente que procurou nossos serviços e do município e que não foram atendidos”.
Para tentar resolver, em partes, a preocupante situação, Augusto de Moura declarou que vem buscando meios estruturais e recursos humanos e financeiros para expandir os serviços atuais da Santa Casa de Patrocínio.
“Mas estamos esbarrando em várias barreiras. Estamos aguardando um retorno da Secretaria Estadual de Saúde sobre as questões de equipamentos e novos leitos."
De acordo com Augusto César, o hospital passou a ser quase exclusivo no atendimento a pacientes com coronavírus. "Na semana passada, completamos um ano de muita luta e de muito aprendizado. Nós tivemos que nos reinventar para manter a máquina funcionando porque não tivemos mais convênios particulares, cirurgias, internações, já que passamos a ter um atendimento do hospital quase que exclusivo para pacientes da COVID-19”, finalizou.
Em Patrocínio há leitos destinados para pacientes com a COVID-19 em três hospitais. Além do Hospital Santa Casa, que está totalmente ocupado, há leitos disponíveis no Hospital Med Center (particular), que também está com a UTI lotada – a enfermaria deste hospital está com 44% de ocupação.
E, por fim, o Pronto-Socorro Municipal, que está com 90% de ocupação em sua emergência, 66% no setor de urgência e 55% na enfermaria.
E, por fim, o Pronto-Socorro Municipal, que está com 90% de ocupação em sua emergência, 66% no setor de urgência e 55% na enfermaria.
Desde o início da pandemia, a cidade teve 4.868 casos confirmados, sendo que desses 93 pessoas morreram e 4.575 se recuperaram.