Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) não tem leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e depende de vagas em hospitais da capital. O atual percentual de leitos ocupados destinados ao atendimento da COVID-19 na Santa Casa de Caeté não é tão alarmante, estando em 15%, mas o colapso da saúde em outros municípios preocupa: há cinco dias um paciente de Caeté, de 97 anos, espera por uma vaga para tratamento intensivo em unidade de BH.
Esse “efeito dominó” é o responsável pela decisão de Caeté em acatar a onda lilás, proposta a todos os prefeitos da RMBH para tentar frear a taxa de transmissão da COVID-19 e diminuir a ocupação dos leitos na região.
O Decreto 104/2021, já em vigor, impõe o toque de recolher das 20h às 5h, proibindo a circulação de pessoas, com o funcionamento apenas de serviços de saúde, como a Santa Casa, farmácias, postos de combustível e serviços de delivery.
Ainda, segundo o decreto, as pessoas que necessitarem sair de casa, no período compreendido entre 20h e 5h, deverão portar obrigatoriamente carteira profissional, funcional, contrato de trabalho, crachá ou outro documento que justifique a necessidade do deslocamento.
Outra medida importante do decreto é a proibição do consumo de bebidas alcoólicas em seus respectivos pontos de venda, como bares e restaurantes. Seguindo a lógica de coibir aglomerações, fica também proibida a realização de qualquer tipo de reunião ou evento, público ou privado, ainda que respeitadas as regras de distanciamento social.
O prefeito de Caeté, Lucas Coelho, o prefeito em exercício Alberto Pires, os secretários municipais, o presidente da ACIAC, Wilson Teixeira, a superintendência da Santa Casa, a tenente Lílian, da Cia. de Polícia Militar de Caeté, e a promotora Anelisa Cardoso estiveram reunidos em videoconferência, para falar sobre as novas restrições na cidade. O objetivo é cobrar da população, de forma efetiva, o cumprimento das regras.
Durante a reunião, ficou definido entre os presentes que a Polícia Militar vai intensificar as ações de fiscalização e abordagens de eventos clandestinos. Segundo a tenente Lílian, a polícia recebeu uma denúncia sobre a realização de uma festa que ocorrerá no próximo fim de semana, informando que estará no local e data divulgados, para proibir a realização, caso tal fato realmente aconteça.
A PM também está em contato com municípios vizinhos, como Taquaraçu de Minas e Nova União, buscando uma unidade nas ações, para evitar que as pessoas “fujam” das proibições em seus municípios e realizem aglomerações nas cidades próximas.
As secretarias de Defesa Social, Saúde e funcionários municipais serão decretados como fiscalizadores, para auxiliar a Polícia Militar nesse trabalho, tendo o poder de notificar comércios e cidadãos que estiverem descumprindo as regras.
A promotora Anelisa ressaltou que neste momento é necessário priorizar a vida: “É extremamente importante a posição dos prefeitos”. Ela pediu o apoio da polícia neste momento de gargalo. “São necessárias estratégias e atuação preventiva e de coibição das festas clandestinas. Além disso, é necessário que a polícia aja de forma mais objetiva naqueles estabelecimentos reincidentes e que os comerciantes tenham compreensão neste momento, porque não foi uma escolha do prefeito. Fomos atropelados por essa pandemia”, disse a promotora.
Onda lilás em Caeté:
• Proibido a circulação de pessoas de 20h às 5h. Após este horário apenas serviços de saúde, farmácias, postos de combustível e serviços de delivery podem funcionar.
• No período de 20h às 5hs, pessoas que necessitarem sair de casa deverão portar obrigatoriamente carteira profissional, funcional, contrato de trabalho, crachá ou outro documento que justifique a necessidade do deslocamento.
• Está proibido o consumo de bebidas alcoólicas em seus respectivos pontos de venda, como bares e restaurantes.
• Está proibida a realização de qualquer tipo de reunião ou evento, público ou privado, ainda que respeitadas as regras de distanciamento social.