Jornal Estado de Minas

SITUAÇÃO CRÍTICA

Oliveira não tem mais vagas em leitos de UTI

Oliveira, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, atingiu a marca de 100% de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para tratamento da COVID-19, nesta quarta-feira (10/03). Todas as 10 vagas disponíveis no hospital São Judas Tadeu – único da cidade a atender pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – estão ocupadas, cinco delas com pacientes de outras cidades.





 

A superlotação também aflige o setor classificado como “não COVID”. Em outras palavras, não resta vaga de UTI seja para tratar da doença causada pelo novo coronavírus ou de qualquer outra. “É o momento mais crítico desde o início da pandemia”, declarou o secretário municipal de Saúde, Lucas Lasmar. 

 

Para tentar ganhar fôlego, o município abriu seis leitos de enfermaria, subindo para 22. Se não fossem eles, o setor também estaria com 100% de ocupação.

A medida alivia, mas não resolve o vazio assistencial. “Mesmo com a diminuição do número de infectados pela COVID-19, estamos com um número maior de pacientes se agravando”, citou Lasmar.

Os leitos clínicos não suprem a demanda por UTI. Se algum paciente se agravar, será necessário transferi-lo para outro município.

 

“E todos os hospitais da Macrorregião Oeste estão em níveis preocupantes de ocupação”, alertou.



O destino dessas pessoas dependerá da regulação feita pelo Estado, conforme leitos disponíveis.

 

A microrregião de Oliveira é composta por seis municípios com população próxima de 104 mil habitantes: Carmo da Mata, Carmópolis de Minas, Passa Tempo, Santo Antônio do Amparo e São Francisco de Paula.

Porém, a cidade recebe pacientes também de outras micros, por exemplo, Pitangui, Arcos, Cláudio e até mesmo de Belo Horizonte.

 

Abertura de leitos
 

Lucas Lasmar disse que um cenário ainda pior é esperado. (foto: Divulgação/Arquivo pessoal)


A reabertura do hospital de campanha do Expominas, na capital, é apontada por Lasmar como alternativa para desafogar os municípios do interior.

“Esta ação trará alívio aos hospitais e também para a economia local de cada município que está sendo obrigado a fechar o comércio para diminuir a transmissão e consequentemente desocupar os leitos hospitalares que estão na sua ocupação máxima em quase todas as macrorregiões de Minas Gerais”, observou.



O hospital de campanha do Expominas foi desativado em setembro do ano passado.

 

Projetando um cenário ainda pior, o secretário vê na agilização da vacina a resposta para a solução da superlotação dos leitos.

“Estamos acreditando que o pior ainda está por vir. Que o governador e a Assembleia Legislativa façam uma pressão maior no governo federal para a aquisição de um número maior de doses da vacina imunizando assim, com mais rapidez, todos os idosos, pois são eles os mais acometidos pelo COVID-19”, cobrou. 

 

Novo decreto

 

Oliveira não aderiu ao programa Minas Consciente. O Comitê de Enfrentamento à COVID-19 se reúne semanalmente para avaliar os indicadores. Sem leitos, a recomendação foi para o fechamento da cidade. 





 

O novo decreto entra em vigor nesta quinta-feira (11/3). O comércio não essencial fica fechado até segunda-feira (15/3), mas pode trabalhar internamente e na modalidade delivery.

Já os serviços essenciais poderão funcionar normalmente somente nos dias 11, 12 e 15. No fim de semana (dias 13 e 14), poderão trabalhar somente por delivery. 

 

As atividades como bares, academias, cabeleireiros, barbearias, atividades coletivas estão suspensas até 15 de março. 

 

Com medidas mais severas, Lasmar também chama a atenção da população. “A maioria dos óbitos ainda é de idosos acima de 61 anos, o que corresponde a quase 70% de todas as mortes ocorridas no Brasil e isso é por falta de cuidados tanto dos idosos quanto de familiares que estão na idade economicamente ativa e de jovens que estão levando o vírus para dentro das residências”, alertou.

 

*Amanda Quintiliano especial para o EM

 

O que é o coronavírus


Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.



Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 é transmitida? 

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?

Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

Em casos graves, as vítimas apresentam:

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus. 



Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

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