Os passageiros do metrô de Belo Horizonte devem se preparar para um novo aumento na tarifa. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) anunciou que a partir de 20 de março o custo da passagem vai de R$ 4,25 para R$ 4,50. Esse é o sétimo reajuste em menos de dois anos.
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Após uma audiência de conciliação na Justiça Federal entre representantes da companhia de trens urbanos, o Ministério Público Federal, a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Instituto de Defesa Coletiva, foi aprovada a medida que determinou o aumento escalonado da tarifa em seis vezes no metrô de BH e de cidades de outros estados, como Natal, Maceió, João Pessoa e Recife.
Para justificar a determinação, a CBTU informou na época que, por causa dos anos em que o preço da passagem esteve sem modificações, o sistema de metrô atingiu uma defasagem ante ao custo de manutenção. Segundo a companhia, até março de 2019, Belo Horizonte estava há 13 anos sem alterações na tarifa.
No primeiro acréscimo, o valor da passagem chegou custar R$ 2,40 na capital mineira. Conforme previsto, após passados todos reajustes, em março de 2020 o valor atingiu quase o dobro em R$ 4,25, preço da tarifa paga atualmente pelos passageiros. Confira o histórico:
- R$ 2,40 (5 de maio de 2019)
- R$ 2,90 (7 de julho de 2019)
- R$ 3,40 (8 de setembro de 2019)
- R$ 3,70 (3 de novembro de 2019)
- R$ 4,00 (5 de janeiro de 2020)
- R$ 4,25 (8 de março de 2020)
Entretanto, mesmo com todos os seis acréscimos concretizados, a CBTU volta a determinar o sétimo aumento na passagem neste mês. No decreto divulgado pela companhia, não é explicado o motivo para essa nova mudança.
Entidade repudia o aumento
Em resposta ao decreto da CBTU, o movimento Tarifa Zero BH publicou uma nota de repúdio contra o novo reajuste na tarifa do metrô. A entidade escreve que o aumento pegou de surpresa, já que esse anúncio não foi discutido previamente com a população e “ocorre em um momento de crise econômica, altas taxas de desemprego e aumento da inflação”.
A redução no horário de circulação do metrô também é criticada pela Tarifa Zero BH. Desde quarta-feira (10/03), a companhia anunciou que o transporte seria operado apenas das 5h40 da manhã às 21h da noite.
De acordo com a entidade, o aumento de 6% no valor da passagem não condiz com a qualidade do serviço e com os horários de atendimento que o sistema do metrô vem implantando durante a pandemia.
“Este último aumento faz parte de um movimento visando à privatização da CBTU, em uma tentativa de tornar o negócio mais atrativo para futuros investidores às custas da população mais pobre, que não tem opção para se locomover pela cidade e compromete uma parcela cada vez maior de sua renda com o transporte. A futura venda do sistema para a iniciativa privada vai aprofundar ainda mais as políticas de encarecimento da passagem e corte de custos, sem dar importância aos efeitos multiplicadores e negativos nas pessoas que mais necessitam”, ressalta o movimento Tarifa Zero BH.