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Estado de Minas LESTE DE MINAS

'Se tivessem agido, Vale do Aço não estaria à beira de colapso', diz médica

Para a infectologista Carmelinda Lobato se prefeituras locais tivessem tomado medidas mais rigorosas contra a COVID-19, região não estaria à beira do colapso


11/03/2021 12:17 - atualizado 11/03/2021 12:48

A médica infectologista Carmelinda Lobato pede aos prefeitos e gestores da saúde dos municípios do Vale do Aço, ações mais rigorosas para conter o avanço dos casos de COVID-19 na região(foto: Arquivo pessoal)
A médica infectologista Carmelinda Lobato pede aos prefeitos e gestores da saúde dos municípios do Vale do Aço, ações mais rigorosas para conter o avanço dos casos de COVID-19 na região (foto: Arquivo pessoal)
A situação crítica da COVID-19 no Vale do Aço precisa de uma atitude enérgica dos prefeitos da região. O alerta foi feito pela médica infectologista Carmelinda Lobato, servidora de carreira na Prefeitura de Ipatinga. 

Ela afirm que se as medidas restritivas para o enfrentamento da COVID-19 tivessem sido adotadas com rigor pelos prefeitos das cidades do Vale do Aço, desde o período das festas de fim de ano, a região não estaria à beira do colapso nos atendimentos das pessoas acometidas pela doença.

“A COVID-19 não perdoa. A doença faz desabar qualquer serviço de saúde e isso é fato incontestável. As medidas restritivas, recomendadas em relatórios de análise técnica, se tivessem sido seguidas desde janeiro, de forma coordenada, não estaríamos nessa situação”, disse.

A médica lamentou a ausência de uma fiscalização rigorosa em relação ao uso de máscaras faciais, às aglomerações de pessoas em bares e restaurantes, nas festas clandestinas e em igrejas evangélicas. 

“E o principal: a fiscalização com maior rigor em relação ao isolamento daqueles casos de pacientes positivos. Um colega citou que a pessoa que testou positivo sai de casa e anda pelo mundo afora como se nada tivesse acontecendo”, protestou.

Carmelinda lembrou que há vários dias os leitos UTI COVID-19 SUS apresentam 100% de ocupação em Ipatinga. Ressaltou que, apesar do quase colapso, nenhuma pessoa morreu por falta de assistência médica, graças ao socorro do Casu, centro hospitalar de Caratinga, que tem atendido pacientes do Vale do Aço.

Resitência à onda roxa


As medidas restritivas citadas pela médica infectologista, que se tornaram mais rigorosas na onda roxa do Plano Minas Consciente, do governo do estado, não são vistas com bons olhos pelos prefeitos do Vale do Aço.

Em Coronel Fabriciano, o prefeito Marcos Vinicius da Silva Bizarro (PSDB), já declarou, com anuência do Comitê de Gestão de Crise do município e Enfrentamento à COVID-19, que não vai aderir ao lockdown previsto pela onda roxa. Disse que vai seguir o plano próprio, elaborado por equipe técnica do município.

Em Santana do Paraíso, o prefeito Bruno Morato, presidente da Assembleia Metropolitana do Vale do Aço, que reúne as quatro maiores cidades da região (Ipatinga, Coronel Fabriciano, Timóteo e Santana do Paraíso), também se posicionou em relação à onda roxa.

Caso a onda roxa for decretada para o Vale do Aço, Morato disse que a sua Prefeitura tem a assessoria jurídica e o corpo técnico da Saúde para estudar se cabe recurso contra a essa medida ou não. 

“Mas a preocupação principal é com a saúde das pessoas, muito embora nós também tenhamos preocupação com a economia, que já está bem fragilizada em nossa cidade”.


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