Diante da crise econômica que atinge o setor desde o início da pandemia do coronavírus, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel-MG) enviou um ofício à prefeitura de Belo Horizonte, solicitando que os restaurantes sejam incluídos no grupo de serviços essenciais.
A ideia do órgão é que o setor de alimentação fique aberto de 11h às 15h, com presença de público, e sem venda de bebidas alcoólicas.
Desde sábado (6/3), quando o prefeito Alexandre Kalil (PSD) determinou o fechamento do comércio não-essencial, restaurantes só podem vender por meio de serviços de entrega ou delivery.
Entre as justificativas para o pedido, a Arasel-MG entende ser importante a oferta das refeições em local digno aos trabalhadores que precisam sair de casa por causa do trabalho, como profissionais de saúde, dos supermercados, de serviços contábeis e outras atividades essenciais.
“Entendemos como imprescindíveis os cuidados com os colaboradores e consumidores do setor, bem como com toda a sociedade em razão da crise pandêmica da COVID-19. Por outro lado, ao vedar o consumo no local no horário do almoço, a prefeitura expõe ao risco de contágio, demasiadamente, todos os trabalhadores que ainda continuam no exercício de suas profissões, na medida em que não terão um local limpo e adequado para se alimentarem”, pontua o presidente da Abrasel-MG, Matheus Daniel.
Ainda segundo Matheus, essa medida, além de atender os trabalhadores essenciais, minimizaria o impacto econômico de um novo e brusco fechamento do setor. “Fomos comunicados [sobre o fechamento] com menos de 24h, em uma sexta-feira. Os restaurantes já estavam estocados com produtos perecíveis que se perderão”, destaca.
O ofício direcionado a Kalil e ao Secretário Adjunto de Planejamento, Orçamento e Gestão, Jean Mattos Duarte, também pontua que a reabertura não provocará um aumento na circulação de pessoas nas ruas, visto que os trabalhadores dos restaurantes e dos serviços essenciais já estarão nos estabelecimentos.
Em meados de agosto do ano passado, Kalil havia liberado o funcionamento dos restaurantes justamente para atender aos trabalhadores dos serviços essenciais. A mudança no protocolo ocorreu numa fase em que a cidade melhorou os índices de transmissão por infectado e diminuiu a ocupação nos leitos de UTI.
Pesquisa
A Abrasel-MG divulgou pesquisa recente mostrando que 73% dos estabelecimentos do setor do estado fecharam janeiro no vermelho. Além disso, 66% das empresas de alimentação fora do lar têm pagamentos em atraso e mais de 60% dos estabelecimentos já recorreram a empréstimos durante a crise econômica.