Belo Horizonte vive seu pior momento da pandemia da COVID-19. Nesta quinta-feira (11/3), os três indicadores sobre a doença atingiram a zona crítica da escala de risco. Desde 4 de agosto do ano passado, quando a prefeitura começou a divulgação diária desses dados, isso nunca havia acontecido.
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Conforme o boletim epidemiológico e assistencial da prefeitura, o fator RT chegou a 1,22. Essa é a maior taxa de transmissão da série histórica desde 4 de agosto: a cada 100 infectados, novos 122 se tornam vítimas da pandemia, em média.
Já a ocupação das UTIs dos leitos públicos e privados para a COVID-19 chegou a 89,4%. Esse dado também é recorde para o indicador. Antes, a maior taxa de uso era do balanço de 11 de janeiro: 86,5%.
Recorde também para o percentual de uso das enfermarias: 75,6%. O recorde anterior era justamente do balanço dessa quarta, quando a PBH contabilizou 71,6% dos leitos do tipo ocupados.
Diante do crescimento constatado nos dados, a prefeitura convocou uma coletiva de imprensa para esta sexta (12/3).
Ainda nesta quinta, o infectologista Unaí Tupinambás, que integra o comitê da PBH, alertou para a possibilidade de crise funerária na cidade.
Casos e mortes
Conforme o balanço da prefeitura, BH registra 120.837 casos confirmados da doença: 2.869 mortes, 5.848 pacientes em acompanhamento e 112.120 recuperados.
Em relação ao balanço dessa quarta, houve acréscimo de 10 mortes e 914 diagnósticos.
Perfil das vítimas
No levantamento por regionais de Belo Horizonte, a Noroeste é a região com maior número de mortes por COVID-19 em BH: 379, 31 a mais a Nordeste. Na sequência, aparecem Oeste (341), Centro-Sul (328), Barreiro (326), Leste (321), Venda Nova (292), Pampulha (269) e Norte (255).
Além disso, no total, 1.553 homens perderam a vida para a virose em BH. A quantidade de mulheres mortas é de 1.306.
A faixa etária mais morta pela COVID-19 são os idosos: 83,54% (2.388 no total).
Na sequência, aparecem aqueles entre 40 e 59 anos: 14,24% (407). Há, ainda, 61 óbitos entre 20 e 39 anos (2,13%), um pré-adolescente entre 10 e 14 anos (0,03%) e duas crianças entre 1 e 4 (0,06%).
Ainda conforme o boletim da prefeitura, 97,2% dos mortos apresentavam ao menos uma comorbidade, sendo cardiopatia, diabetes, pneumopatia e obesidade as mais comuns.
Em BH, 79 pessoas morreram com quadros clínicos de COVID-19 sem comorbidade: 64 homens e 15 mulheres. A maioria tinha entre 40 e 59 anos.