Um ano após o anúncio da pandemia, a capital mineira passa pelo seu pior momento, com alto número de casos de infectados pelo coronavírus. Enquanto a população se prepara para mais uma etapa de restrições, que poderá ser anunciada nesta tarde pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD), usuários do transporte público da capital mineira vivem uma rotina marcada por viagens em ônibus e metrôs cheios, bem no momento em que, teoricamente, a situação deveria ser outra, com medidas de distanciamento e higiene corretas.
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"Infelizmente, alguns cidadãos ainda duvidam da gravidade da situação", lamentou o supervisor da Guarda, Crislem Martins. Ele explicou que, nesse caso, o homem foi devidamente orientado e as providências legais seriam realizadas se ele ainda se recusasse a usar a máscara. Na mesma manhã, outras seis pessoas foram avistadas sem a máscara ou usando-a de forma inadequada. Porém, todas colocaram o equipamento após abordagem.
Para quem usa o ônibus, a situação é mais tensa pois, até mesmo fora das horas de pico, a reportagem constatou muito tumulto no embarque dos passageiros. De uma forma geral, essa aglomeração é inevitável devido à demora durante a entrada pela porta da frente do veículo: há uma demora natural na cobrança da passagem feita pelo motorista e a liberação da catraca, o que provoca um congestionamento dos passageiros.
Tudo isso acaba deixando as pessoas muito próximas, provocando a aglomeração, como denunciou Manoel Dantas, de 77 anos, representante comercial. Segundo ele, quem não sai com antecedência para um compromisso, está se arriscado em perder a hora. "Trabalho com vendas, tenho que fazer visitas com hora marcada, o que é um suplício diário", diz ele, que costuma utilizar as linhas 9405, 9403 e 4108.
Estação Diamante
Um dos locais mais cheios encontrados pela reportagem foi a estação Diamante, no Barreiro. Muitas filas e pessoas sem o distanciamento mínimo de 1,5 metro. A reportagem do EM embarcou na linha 3250, que faz o trajeto da Estação Diamante para o Bairro Buritis, na Região Oeste, e pode conferir usuários em pé, esbarrando uns nos outros, bem como pessoas sentadas na escada do ônibus. Segundo passageiros, essa é uma situação diária que eles enfrentam no deslocamento de casa para o trabalho.
Para Rosenei Nunes Pereira, doméstica, que passa até seis horas dentro do transporte coletivo diariamente, a sensação de pegar um ônibus nessa época é de medo. Enquanto era entrevistada, ela conseguiu um lugar para se sentar, mas conta que a rotina é mesmo a de ir em pé. "Às vezes, fica difícil até para carregar a sua mochila em pé, de tão cheio, de tão aglomerado que fica. Mas não tenho outra opção para ir trabalhar, conta.
Para Rosenei, há ainda a negligência dos empresários do setor. "As tarifas são altas e nós pagamos, mas o serviço é precário e sem conforto, principalmente agora na pandemia, quando ficou ainda pior. Não há o mínimo de respeito com o passageiro", desabafa.
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