O acordo anunciado pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) da compra de 4 milhões de doses da Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia, e distribuída no Brasil pela União Química, deixaria 85% da população de Belo Horizonte imunizada. A capital mineira, que possui 2.521.564 habitantes, de acordo com o último levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), teria mais 2 milhões de pessoas vacinadas, além das 163.839 que já receberam ao menos uma dose de vacina.
Dados preliminares de uma pesquisa publicada na revista científica “The Lancet” mostra que a eficácia da Sputnik V atingiu 91,6%, demonstrando um ótimo perfil de segurança. Os voluntários no teste tomaram duas doses do imunizante, num intervalo de 21 dias. Se for utilizada a mesma lógica, Belo Horizonte teria mais 2 milhões de vacinados.
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Kalil se baseou na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autoriza estados e municípios a adquirir vacinas em caso de falhas no Plano Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde. O prefeito da capital mineira apenas aguarda segurança jurídica para arrematar o acordo e concluir a transação, que deve custar cerca de R$ 200 milhões.
“Temos que providenciar o trâmite de importação e liberação, mas já tivemos a conversa com a cônsul da Rússia (em BH). Vamos disponibilizar 4 milhões de vacinas assim que a lei permitir e garantir o pagamento adiantado”, disse Kalil.
Aval da Anvisa
Ainda de acordo com a pasta, o pagamento pelos imunizantes será feito assim que a Sputnik V receber autorização emergencial de uso ou registro definitivo por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No começo do mês, representantes de 18 estados e do Distrito Federal visitaram a sede da União Química, onde é produzido o ingrediente farmacêutico ativo (IFA). A principal matéria-prima da Sputnik V é feita para fins de teste.
Na ocasião, governadores cobraram celeridade por parte da Anvisa para que seja dado o aval para a fabricação em escala comercial o quanto antes.
A Anvisa, por sua vez, nesta sexta-feira, disse que não recebeu respostas às exigências sobre a Sputnik V. De acordo com o gerente-geral de medicamentos do órgão, Gustavo Mendes, a agência “segue aberta para discussão com a União Química para uso do imunizante”.
Segundo Mendes, as informações exigidas para o uso emergencial da vacina russa ainda não foram respondidas. De acordo com o gerente da Anvisa, a reguladora e a União Química estão conversando para que haja a divulgação dos requisitos exigidos. "A expectativa é que os próximos passos sejam tomados pela empresa", afirmou.