Jornal Estado de Minas

VACINAÇÃO EM BH

Kalil assina na segunda acordo para comprar 4 milhões de doses da Sputnik

Na próxima segunda-feira (15/03), o prefeito Alexandre Kalil (PSD) vai assinar o primeiro acordo com o Fundo Russo de Investimento Direto, responsável pela vacina Sputnik V. O anúncio foi feito pela rede social do chefe do Executivo municipal. Nesta sexta-feira (12/03), Kalil revelou a compra de 4 milhões de doses do imunizante para Belo Horizonte.





Kalil se baseou na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autoriza estados e municípios a adquirir vacinas em caso de falhas no Plano Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde. A transação para adquirir 4 milhões de doses da vacina russa deve custar cerca de R$ 200 milhões aos cofres da PBH. Pelo menos parte do pagamento deve ser adiantado.

“Temos que providenciar o trâmite de importação e liberação, mas já tivemos a conversa com a cônsul da Rússia (em BH). Vamos disponibilizar 4 milhões de vacinas assim que a lei permitir e garantir o pagamento adiantado”, disse Kalil, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira.

Dados preliminares de uma pesquisa publicada na revista científica “The Lancet” mostra que a eficácia da Sputnik V atingiu 91,6%, demonstrando um ótimo perfil de segurança. Os voluntários no teste tomaram duas doses do imunizante, num intervalo de 21 dias. Se for utilizada a mesma lógica, Belo Horizonte teria mais 2 milhões de vacinados.





Como BH tem 2.521.564 habitantes e 163.839 pessoas já foram imunizadas, atualmente, faltam vacinar 2.357.725 pessoas. Com a chegada das 4 milhões de doses da Rússia, se aplicadas as duas doses por pessoa, faltariam aplicar doses em 357.725 pessoas. Com isso, 84,82% da população belo-horizontina estaria imune

Mais cedo, o Estado de Minas mostrou que o acordo para destinar 4 milhões de doses para Belo Horizonte é equivalente a 40% das unidades adquiridas pelo Ministério da Saúde. A pasta assinou contrato nesta sexta-feira (12/03) para comprar 10 milhões de doses da Sputnik V. Com 2,5 milhões de habitantes, BH é responsável por 1,2% da população total do Brasil.

Aval da Anvisa


Ainda de acordo com a pasta, o pagamento pelos imunizantes será feito assim que a Sputnik V receber autorização emergencial de uso ou registro definitivo por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).





No começo do mês, representantes de 18 estados e do Distrito Federal visitaram a sede da União Química, onde é produzido o ingrediente farmacêutico ativo (IFA). A principal matéria-prima da Sputnik V é feita para fins de teste. Na ocasião, governadores cobraram celeridade por parte da Anvisa para que seja dado o aval para a fabricação em escala comercial o quanto antes.

A Anvisa, por sua vez, nesta sexta-feira, disse que não recebeu respostas às exigências sobre a Sputnik V. De acordo com o gerente-geral de medicamentos do órgão, Gustavo Mendes, a agência “segue aberta para discussão com a União Química para uso do imunizante”.

Segundo Mendes, as informações exigidas para o uso emergencial da vacina russa ainda não foram respondidas. De acordo com o gerente da Anvisa, a reguladora e a União Química estão conversando para que haja a divulgação dos requisitos exigidos. "A expectativa é que os próximos passos sejam tomados pela empresa", afirmou.

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