O hospital de campanha da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas Gerais, entrou em colapso nesta sexta-feira (12/3). Todos os leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e da enfermaria estão ocupados com pacientes confirmados ou com suspeitas de COVID-19.
A cidade atingiu os piores indicadores de ocupação hospitalar em um dia desde o início da pandemia. Com 100% de ocupação, a prefeitura informou que a unidade fechou as portas para recebimento de pacientes de outras localidades por falta de estrutura física.
Dos 25 leitos de UTI, quatro estão ocupados com pacientes de Divinópolis – 16% do total.
Leia Mais
Oliveira não tem mais vagas em leitos de UTICOVID: Formiga lota leitos extras e diz que vai transferir pacientesCOVID-19: Carmo da Mata restringe funcionamento de serviços essenciaisCOLAPSO: Não há mais leitos UTI COVID-19 em Governador ValadaresCOVID-19: mais três pessoas morrem esperando vaga de UTI em MinasGoverno abre chamamento para contratar médicos em BH e Juiz de ForaNa enfermaria infantil, a ocupação é de três leitos de moradores locais, ou seja, 37% dos oito leitos do setor.
“A Prefeitura de Divinópolis informa que os entes envolvidos, municípios e regulação estadual estão cientes e tomando providências emergenciais para o cenário atual”, informou em nota.
O município está classificado na onda vermelha do programa Minas Consciente pela segunda semana consecutiva. Nesta quinta-feira (11/3), o prefeito Gleidson Azevedo e a vice Janete Aparecida, ambos do PSC, gravaram um vídeo alertando sobre a ocupação de leitos e pedindo para a população evitar festas e viagens nos próximos dias.
O alerta também foi feito dias antes pelo secretário de Saúde, Alan Rodrigo Silva.
Novo decreto
No final do dia, a administração divulgou detalhes do novo decreto que será publicado na segunda-feira (15/3).
Além de reforçar as medidas já em vigor, ele altera o horário de funcionamento do comércio, passando para o período das 10h às 19h.
Entre as mudanças, também está a ampliação do distanciamento de 10m² entre as pessoas nos estabelecimentos comerciais.
O documento recomenda a adoção do trabalho sob regime domiciliar – home office – pelas empresas privadas onde houver compatibilidade, como atividades meramente administrativas.
“Devendo-se, neste caso, garantir o provimento adequado referente à estrutura de trabalho para seu colaborador”, informou.
Som ambiente e música ao vivo também estão proibidos nos bares e restaurantes.
Ocupação hospitalar
Divinópolis atingiu 71,2% de ocupação hospitalar COVID-19, considerando a rede pública e privada.
Além do hospital de campanha, o Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD) é o único conveniado ao Sistema Único de Saúde (SUS). Ele tem 11 leitos de UTI ainda disponíveis na unidade e 15 na enfermaria, segundo o boletim da Secretaria Municipal de Saúde (SUS).
A unidade recebe pacientes de toda a macrorregião Oeste composta por 43 municípios.
Já na rede suplementar, das 44 vagas de UTI, 27 estão ocupadas. Dos 71 leitos clínicos, 50 estão com pacientes.
Os leitos “não COVID” também estão à beira do colapso. Eles atingiram 98,1% de ocupação. Pelo SUS, restam apenas dois dos 20 disponíveis para UTI.
Na saúde suplementar a situação é ainda mais grave, com 103,1% de ocupação, ou seja, há déficit de uma vaga. Hoje, há 32 leitos instalados.
Divinópolis tem 43.352 casos notificados suspeitos de COVID-19. 7.392 dos testados foram confirmados e 1.955 descartados São 6.608 pacientes que se recuperaram e outros 170 perderam a vida em decorrência da doença.
*Amanda Quintiliano especial para o EM
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência
Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:
- O que é o pico da pandemia e por que ele deve ser adiado
- Veja onde estão concentrados os casos em BH
-
Coronavírus: o que fazer com roupas, acessórios e sapatos ao voltar para casa
-
Animais de estimação no ambiente doméstico precisam de atenção especial
-
Coronavírus x gripe espanhola em BH: erros (e soluções) são os mesmos de 100 anos atrás