
Apesar da nova lei, publicada para tentar conter o avanço da pandemia de COVID-19, não era difícil encontrar pessoas praticando atividades físicas nas ruas, em alguns pontos até com aglomerações. O primeiro ponto que a reportagem do Estado de Minas esteve presente, por volta das 9h, foi na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul de BH.
As grades estavam sendo colocadas por funcionários da prefeitura, e a ação pegou algumas pessoas de surpresa. Um deles é figura conhecida de torcedores do América – onde é ídolo – e do Atlético: Marco Antônio Milagres, ex-jogador de futebol e ex-goleiro de Flamengo, América, Santa Cruz, Atlético e Uberaba. Ele concorda com as medidas propostas pelo prefeito belo-horizontino Alexandre Kalil (PSD), mas discorda do gradeamento da praça.

"O que a gente fica triste, igual estamos aqui na Praça da Liberdade, estão começando a gradear a praça toda. Não tem aglomeração aqui, se você tem oportunidade de sair para dar uma caminhada ao ar livre, porque atividade física faz parte também de uma forma preventiva com relação à pandemia. Aí você vê uma atitude de gradear a praça toda a gente fica triste, pois tira uma opção de lazer que praticamente está quase inexistente a todos nós”, completou o ex-goleiro.
Paulo Mendes, de 65 anos e que mora próximo na região, não se conformou com a atitude. Ele também lembra o fechamento do Hospital de Campanha do governo de Minas, no Expominas, Região Oeste de BH, em agosto de 2020, sem que um paciente fosse atendido.
“Moro aqui próximo, venho sempre fazer caminhada na praça, uma hora por dia, tenho 65 anos, e acredito que muita gente está usando aqui para a saúde. Mas o que me chama mais atenção é que no ano passado, quando abriu no Expominas o hospital, uma pessoa participou da abertura e me disse que nenhuma pessoa foi atendida lá, e dizem que sabiam da segunda onda. Por que fechou então?”, afirmou.
O Hospital da Campanha citado era responsabilidade do governo de Minas, e não da Prefeitura de BH, como indicou o entrevistado.
O Hospital da Campanha citado era responsabilidade do governo de Minas, e não da Prefeitura de BH, como indicou o entrevistado.


Com o grande número de pessoas e aglomerações pelo local, a Guarda Civil Municipal se fez presente. Mesmo com a presença dela, contudo, algumas pessoas seguiam de máscara. Uma viatura com som alto foi usada para tentar conter a situação. As grades também estavam colocadas no local errado, sem limitar o acesso às calçadas.
Mesmo com aviso da Guarda Civil Municipal, pessoas circulam sem máscara na Lagoa Seca, em BH https://t.co/OCf1LbZ4JM pic.twitter.com/qhXaUZeCOz
%u2014 Estado de Minas (@em_com) March 13, 2021
A reação de algumas pessoas que não usavam máscaras e estavam sendo fotografadas ou filmadas não foi das melhores. Uma delas, um homem que corria sem máscara, mostrou o dedo médio à reportagem durante uma filmagem.

Aumento de casos motivou restrições
Desde o último sábado (06/03), somente serviços essenciais podem funcionar na cidade, sendo esse o quarto fechamento do comércio em BH desde março de 2020, com o começo da pandemia. Um novo avanço do coronavírus motivou as ações tomadas pela prefeitura.
BH chegou nessa sexta-feira (12/03) a 122.302 diagnósticos confirmados da COVID-19: 2.885 mortes, 6.355 pacientes em acompanhamento e 113.062 recuperados. Em comparação ao balanço anterior, houve registro de mais 16 mortes e 1.465 casos.
A taxa de transmissão do novo coronavírus bateu recorde pelo segundo dia consecutivo em Belo Horizonte nessa sexta. Conforme boletim epidemiológico e assistencial da prefeitura, o indicador está em 1,25 e se mantém na zona crítica da escala de risco.
Isso quer dizer que a cada 100 infectados em BH, mais 125 pessoas se tornam vítimas da pandemia. O boletim da última quinta-feira (11/03), outro recorde, atestou um índice de 1,22.