O comunicado foi enviado pelo diretor do Hospital Maternidade São Lucas, Rodrigo Lopes de Oliveira Lima, às prefeituras que transferem pacientes com COVID-19 para o local. “Já é de conhecimento que este hospital foi designado referência para o atendimento dos pacientes infectados pelo novo coronavírus. Achamos prudente relatar um fato grave”, disse diretor no documento.
O hospital tem 21 leitos de UTI para atender os moradores e outras nove cidades da região. De acordo com o diretor, o avanço da COVID-19 comprometeu o atendimento no local. Além da ocupação máxima de leitos, a unidade está com falta de sedativos para entubar os pacientes.
“Aos pacientes entubados sob ventilação mecânica destacamos que, uma parcela significativa dos pacientes necessita do uso do medicamento bloqueadores neuromusculares. Para total desespero do corpo clínico, o referido medicamento não se encontra disponível para compra”, ressalta.
Extrema soma 5.638 casos de COVID-19, sendo 60 mortes em decorrência do novo coronavírus. De acordo com a prefeitura, o hospital municipal também já ultrapassou os 60% da capacidade.
Reflexo na região
A cidade de Camanducaia, que fica a cerca de 26 quilômetros de Extrema, não tem capacidade para internar pacientes com o novo coronavírus. Segundo a prefeitura, as pessoas infectadas pela doença são atendidas na Santa Casa e, se necessário, são transferidas para Extrema ou para Pouso Alegre, que é outro município à beira da lotação máxima de leitos de UTI COVID-19.
Camanducaia já ultrapassou os 2 mil casos de COVID-19 e registrou 32 mortes pela doença. Preocupado com a situação, o prefeito de Camanducaia, Rodrigo Alves, publicou nas redes sociais um apelo à população, que respeitem as medidas de prevenção ao novo coronavírus.
“A situação dos leitos nos hospitais da região está caótica e a cada hora que passa piora ainda mais! Existem pacientes entubados em enfermarias. Está faltando sedativo para entubação. Não existem leitos de UTIs disponíveis. Estou dedicando todos os esforços para auxiliar os hospitais a manterem as condições de atendimento e ampliarem os leitos disponíveis. A dificuldade não é financeira. Não estamos encontrando medicamentos para comprar e não tem mais mão profissionais de saúde disponíveis para contratação", alertou.