Na primeira noite de vigência do decreto municipal que impõe medidas restritivas em Governador Valadares contra o avanço da COVID-19, a Polícia Militar, fiscais de Posturas e da Vigilância Sanitária tiveram muito trabalho e enfrentaram resistências de comerciantes que não quiseram fechar as portas.
O decreto permite funcionamento de bares e restaurantes até as 20h. Depois desse horário, todos devem fechar as portas para os clientes, de forma presencial, e funcionar apenas com o sistema de entregas.
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“Estaremos funcionando em horário normal! Ninguém vai nos impedir de trabalhar e levar o sustento para nossas famílias para as nossas famílias. Estamos esperando nossos clientes em nossa casa de forma segura e preparada até as 23h30”, avisou a publicação.
Por volta das 21h, as viaturas da PM e os fiscais da prefeitura foram ao restaurante e encontraram forte resistência dos proprietários e funcionários da casa, que fizeram um cordão de isolamento na porta para impedir a entrada dos policiais e fiscais.
O procurador-geral do município, Elias Souto, foi ao restaurante tentar convencer os donos a fechar as portas, mas não conseguiu. A ocorrência foi encaminhada ao Ministério Público.
Na rede social do restaurante, muitos clientes deram apoio à resistência. Outros reprovaram. Nas respostas aos clientes, o restaurante informava que precisa funcionar para se sustentar dar sustento às famílias dos funcionários.
Colapso continua
Perto do restaurante onde se desenrolou a contenda pelo fechamento, o Hospital Municipal permanecia com todos os leitos UTI COVID-19 SUS e enfermaria lotados. Do lado do HM, a Policlínica Municipal registrava movimentação incomum, com mais pessoas que o habitual, a espera de atendimento.
A Policlínica é o primeiro local a receber os casos suspeitos de COVID-19, e onde as pessoas com sintomas da doença fazem o teste para detectar a presença do novo coronavírus no organismo.
A situação continua tensa. No Boletim Epidemiológico expedido pela Secretaria Municipal de Saúde no sábado, foram registradas mais três mortes por COVID-19 e mais 145 novos casos da doença.
Alheios a tudo isso, bares e restaurantes resistiram em cumprir o decreto municipal, na área central e nos bairros periféricos. Muitos fecharam as portas por completo, outros resistiram e deram trabalho à PM e aos fiscais.