Jornal Estado de Minas

COVID-19

COVID-19: avanço de casos e aglomerações levam Ouro Preto para a onda roxa

Com a ascensão da curva de casos positivos de COVID-19 em Ouro Preto, Região Central de Minas Gerais, a prefeitura decidiu adotar a onda roxa do Plano Minas Consciente. A média móvel de casos na primeira semana de março, que era de 114, passou para 135 na semana de 7 a 13. A taxa de ocupação dos leitos de UTI permanece em estado crítico, entre 90% a 100%.




 
A onda roxa entra em vigor nesta terça-feira (16/03) e terá duração até  23 de março, dependendo da evolução dos números da doença na cidade.
 
Na semana passada, a prefeitura já havia tomado medidas restritivas como o toque de recolher, mas, mesmo assim, não impediu o aumento em 14% dos casos confirmados. Por isso, apertou o cerco antes do fim do prazo estabelecido das medidas restritivas do decreto anterior, que estariam vigentes até 22 de março.
 
De acordo com o secretário de Governo de Ouro Preto, Felipe Guerra, o toque de recolher das 20h às 5h e, nos fins de semana, das 17h às 5h será mantido, bem como a proibição de bebidas alcoólicas por meio de delivery nesses horários.




 
A diferença entre as medidas de restrição desta semana para a anterior é que todos os bares e restaurantes não poderão abrir as portas durante a vigência do decreto.
 
Também permanecerá proibida a realização de eventos públicos e privados, inclusive em repúblicas estudantis. Hotéis e pousadas só poderão atender apenas 30% da capacidade.
 
Para Guerra, agora não é o momento de Ouro Preto receber turistas e estará de braços abertos a recebê-los quando a pandemia passar. Mas, mesmo com as restrições do antigo decreto, muitas pessoas visitaram os distritos da cidade, principalmente Lavras Novas.




 
“Nós vimos neste final de semana muito descumprimento, aglomerações, localidades abertas principalmente nos distritos de Ouro Preto. Estamos passando pelo momento mais grave e quem estiver descumprindo as leis será atuado.”
 
De acordo com o prefeito Angelo Oswaldo, a cidade tem cinco equipes de fiscalização. Foram registradas 252 notificações em autos de infração na última semana e  fechados 66 estabelecimentos desde o início do ano. 
 
“Precisamos da colaboração de todos. Se tivermos um exército na cidade, mesmo assim não daremos conta porque têm pessoas que ainda teimam em atender as normativas.”
 

Jovens adoecendo mais 

 
O enfemeiro de Vigilância em Saúde Jonathan Silva aponta a mudança no perfil de infectados na cidade nesses três primeiros meses do ano. Em 2020, a COVID-19 acometia principalmente os idosos nos casos graves e clínicos.



No boletim mais recente, segundo o enfermeiro, é possível ver que a maior porcentagem de contaminados pela doença são de pessoas em idade de 30 a 39 anos, com 23%, e os idosos agora representam 17% de todos os casos positivos em Minas Gerais. 
 
“Na lista de espera de internação em UTI/COVID-19 nessa última semana, tinha três jovens. Uma dos pacientes que morreu na semana passada tinha 38 anos e não conseguiu melhorar o quadro clínico mesmo com o atendimento na UTI.”
 
De acordo com a secretária de Saúde, Glauciane do Nascimento, a semana em Minas Gerais foi marcada pelo avanço da pandemia e o crescimento exorbitante de internações e mortes. Para a secretária, três medidas são fundamentais para conter o avanço da doença: o fortalecimento da rede de atendimento, o distanciamento social e a vacina.




 
“Em Ouro Preto, tivemos três mortes nesse fim de semana e por isso é necessária a adesão da cidade à onda roxa para que o distanciamento social aconteça. Nós estamos em um momento que precisamos fazer nosso dever de casa, precisamos atender às determinações no decreto para interromper o ciclo de transmissão da doença.”

Compra de vacinas

 
De acordo com o prefeito Angelo Oswaldo, outra medida tomada pela prefeitura foi a adesão ao consórcio para compra de vacinas contra a COVID-19.
 
“Nos filiamos ao consórcio para adquirir o imunizante. Acho um absurdo o governo federal empurrar para os municípios a aquisição das vacinas. Nós ficamos à deriva e isso fragiliza a ação de todas as cidades que estão carentes e são obrigadas a despender recursos para comprar uma vacina que deveria ter sido fornecida pelo governo federal.”

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