Nunca, na história da pandemia, Belo Horizonte esteve tão próximo de um colapso total do seu sistema de saúde. Nesta segunda (15/3), 93,4% dos leitos de UTI da cidade para pacientes com COVID-19 estão ocupados. A conta considera as unidades lotadas na rede SUS e na suplementar.
Esse é o recorde do indicador. Outros dois parâmetros, a taxa de uso das enfermarias e a transmissão do coronavírus, também alcançaram suas maiores marcas e estão na zona crítica da escala de risco.
O fator RT chegou a 1,28. Quanto às enfermarias para COVID-19, a prefeitura contabiliza uma ocupação de 78,9%.
Ainda sobre as UTIs para pacientes com a doença, a prefeitura informa que apenas seis leitos do tipo estão vagos nos hospitais particulares da cidade. Das 305 disponíveis, 299 estão em uso: uma taxa de 98%.
Na rede SUS, a situação é menos complexa, mas também é grave: ocupação de 89,7%. Isso quer dizer que das 378 UTIs, 339 guardam um paciente infectado pelo novo coronavírus.
Esse foi o 12º balanço consecutivo que as UTIs para COVID-19 estão acima da marca de 70% em BH, a zona crítica da escala de risco. A situação persiste desde 26 de fevereiro.
Já as enfermarias estão no quadro grave desde o último dia 10. São quatro balanços em sequência.
Casos e mortes
Belo Horizonte chegou, nesta segunda, a 123.982 diagnósticos confirmados de COVID-19: 2.902 mortes, 6.158 pacientes em acompanhamento e 114.922 recuperados.
Em comparação ao balanço anterior, divulgado nessa sexta (12/3), houve crescimento de 1.680 casos e 17 óbitos.
No levantamento por regionais de Belo Horizonte, a Noroeste é a região com maior número de mortes por COVID-19 em BH: 382, 32 a mais a Nordeste. Na sequência, aparecem Oeste (345), Centro-Sul (338), Barreiro (334), Leste (324), Venda Nova (295), Pampulha (273) e Norte (261).
Além disso, no total, 1.579 homens perderam a vida para a virose em BH. A quantidade de mulheres mortas é de 1.323.
A faixa etária mais morta pela COVID-19 são os idosos: 83,53% (2.424 no total).
Na sequência, aparecem aqueles entre 40 e 59 anos: 13,31% (415). Há, ainda, 60 óbitos entre 20 e 39 anos (2,07%), um pré-adolescente entre 10 e 14 anos (0,03%) e duas crianças entre 1 e 4 (0,06%).
Ainda conforme o boletim da prefeitura, 97,2% dos mortos apresentavam ao menos uma comorbidade, sendo cardiopatia, diabetes, pneumopatia e obesidade as mais comuns.
Em BH, 81 pessoas morreram com quadros clínicos de COVID-19 sem comorbidade: 66 homens e 15 mulheres. A maioria tinha entre 40 e 59 anos.