Ipatinga e Governador Valadares permanecem em meio ao caos, com 100% dos leitos da UTI COVID-19 SUS ocupados. Embora as Secretarias Municipais de Saúde destas cidades não revelem se há fila de espera com pacientes em estado grave, na segunda-feira (16/3), durante entrevista na Associação Médica de Governador Valadares, os jornalistas foram informados que havia cinco pessoas na fila em Valadares. Em Ipatinga essa informação não divulgada.
Nos boletins epidemiológicos diários de Ipatinga e Valadares, os números traduzem de forma clara o caos hospitalar. Em Governador Valadares, na segunda-feira, o boletim registrou 90 novos casos, cinco mortes por COVID-19, 58 leitos UTI COVID-19 SUS ocupados. Em Ipatinga foram 70 novos casos, uma morte e 45 leitos UTI COVID-19 SUS ocupados. Ou seja, ocupação de 100% nas duas cidades.
Médicos pedem respeito
O médico cardiologista e intensivista do Hospital Bom Samaritano, Sérgio Naves, coordenador de uma UTI com 28 leitos no HBS, em Governador Valadares, disse que esses leitos são finitos. E explicou que, se considerar os leitos do HBS e Hospital Municipal, a soma dá 58 leitos.
“Se chegar o paciente 59, não teremos vaga pra ele. Se a gente aumentar o número de leitos para 100, e chegar o paciente 101, não teremos vaga. Então, parem de fazer festas, pelo amor de Deus. Não adianta o gestor fazer decreto se a população não cumprir”, implorou o médico.
Sérgio Naves disse que a população deixou de fazer a parte dela. “Estamos precisando de isolamento social. Não tem jeito”. Ele alertou que a doença está pegando os jovens que, em boa parte, são aqueles que resistem ao isolamento social.
Os médicos que presidem as três entidades mais importantes da classe médica de Governador Valadares também fizeram um alerta para a população.
Rosimara Bonfim, presidente da Associação Médica de Governador Valadares; Márcio Rezende, delegado regional do CRM-MG e Adhemar Adhemar Dias de Figueiredo Neto, presidente do Sindicato dos Médicos de Governador Valadares, pediram para a população respeitar as normas restritivas, e principalmente, usar máscaras faciais de forma correta e higienizar as mãos.
Rosimara Bonfim, da AMGV, disse que não adianta nada usar a máscara facial cobrindo apenas a boca ou usar a máscara no queixo. E essa forma de uso é muito comum pelos moradores de Governador Valadares, que circulam pelas ruas da cidade.